Final de semana tem alta de tiroteios, e Pezão diz ainda responder por segurança
O final de semana seguinte ao anúncio da intervenção federal na área de segurança do Rio de Janeiro teve a maior média de tiroteios e mortos por disparos de armas de fogo na região metropolitana nos fins de semana de 2018. A conclusão é resultado de levantamento do aplicativo Fogo Cruzado, obtido pela reportagem.
Mesmo assim, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), negou nesta segunda-feira (19) que a segurança pública do Estado esteja sem comando até que a votação do decreto de intervenção federal aconteça no Congresso.
A Câmara dos Deputados discutia o texto na noite desta segunda e poderia votá-lo, o que não havia acontecido até a conclusão desta edição.
Se aprovada, a matéria do decreto”, afirmou.
Apesar de o decreto já estar valendo após a publicação, o Comando Militar do Leste informou que as ações da intervenção só serão tomadas após o crivo do Congresso.
Nessa segunda, Roberto Sá foi oficialmente exonerado do cargo de secretário de Segurança. Ele havia pedido afastamento do cargo na última sexta (16), quando foi anunciada a intervenção.
Assim que o decreto for chancelado também no Senado, o interventor militar nomeado pelo governo federal —general Walter Braga Netto— assume as forças de segurança do Rio, não cabendo mais a Pezão nenhuma atribuição nessa área.
Em Brasília, questionado sobre de quem era atualmente a responsabilidade pela segurança pública do Rio, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou ser do presidente Michel Temer, e, consequentemente, do interventor, general Braga Netto.
De sexta (16) a domingo (18), 84 tiroteios e disparos com armas de fogo foram registrados na região metropolitana do Rio, sendo que a média nos fins de semana do ano foi de 64. Ao todo, 17 pessoas morreram e 16 ficaram feridas.
A Secretaria de Segurança não comentou. Segundo relatório do órgão, 2017 foi o ano com mais mortes violentas no Estado nos últimos oito anos.