Ricos e poderosos, clubes ingleses tentam recuperar domínio europeu
Inglaterra tem 5 elencos entre os 10 mais valiosos, mas não fatura Liga dos Campeões há 5 anos
Futebol do país tem número recorde de representantes nas oitavas de final da Liga dos Campeões
O fato de cinco equipes estarem nas oitavas de final da Liga dos Campeões é um recorde para o futebol da Inglaterra. Feito que pode tornarse ainda mais histórico se as campanhas dos ricos e poderosos clubes ingleses continuarem vitoriosas.
Pelos resultados das partidas de ida na semana passada, o Manchester City, que goleou o Basel, na Suíça, por 4 a 0, e o Liverpool, que massacrou o Porto, jogando em Portugal, por 5 a 0, apenas ficarão fora das quartas de final se forem goleados.
Resta saber o que Tottenham (empate de 2 a 2 no jogo de ida com a Juventus) e Manchester United -enfrenta o Sevilla nesta quarta (21)- farão. O duelo mais difícil é o do Chelsea, que enfrenta nesta terça-feira (20) o Barcelona (veja mais ao lado).
“Agora, eu me sinto como um inglês. Sou parte desta liga [inglesa]”, afirmou Pep Guardiola, treinador espanhol do Manchester City, ao comentar os bons resultados dos times do país na atual Liga dos Campeões.
“Vamos ver se agora, ou no futuro, daqui a quatro ou cinco anos, nós teremos vários ingleses nas fases finais da competição”, disse o treinador, com boas passagens pelo Barcelona e Bayern.
Corroborar ou não a projeção de Guardiola é uma das principais incógnitas que envolvem o futebol europeu.
Todos os cinco times ingleses, que terminaram a fase de grupos na primeira colocação em suas chaves, estão entre os dez mais ricos do continente. De acordo como site Transfermarkt, especializado em avaliação do valor de jogadores, o City tem o terceiro elenco mais valioso da Liga dos Campeões, atrás apenas de Barcelona e Real Madrid.
Apesar do sucesso na temporada atual, desde 2012 um time inglês não ganha a competição mais importante de clubes da Europa. Apenas o Chelsea —ao lado do Bayern de Munique— conseguiu quebrar a recente hegemonia da dupla Barcelona e Real Madrid no continente europeu.
Os espanhóis ficaram com cinco dos últimos sete títulos. E ainda estão com boas chances na atual competição.
O Real, em casa, ganhou por 3 a 1 do PSG na partida de ida das oitavas de final. Além de Barcelona e Chelsea, que farão o primeiro jogo, Bayern e Besiktas também se enfrentam nesta terça.
Desde o título do Chelsea, apenas dois ingleses voltaram 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Barcelona Real Madrid Manchester City Paris Saint-Germain Manchester United Tottenham Chelsea Bayern de Munique Juventus Liverpool TIMES QUE MAIS FIZERAM GOLS* Entre os ingleses, Manchester United é o único não está no top 10 1 Liverpool 34 2 PSG 3 Real Madrid 4 Celtic 5 6 7 8 9 10 Manchester City Tottenham Chelsea Sevilla Napoli Porto TODOS EM PRIMEIRO NOS GRUPOS Grupo A: Manchester United Grupo C: Chelsea Grupo E: Liverpool Grupo F: Manchester City Grupo H: Tottenham
Pontos Vitórias
15 11 12 15 16 5 3 3 5 5 a frequentar as semifinais da Liga dos Campeões. Nas duas vezes, os times do futebol inglês caíram para representantes da Espanha.
Na temporada 2013/2014, o Chelsea perdeu para o Atlético de Madri, que seria o vice-campeão na final espanhola com o Real Madrid.
Em 2015/2016, o Manchester City parou diante do Real, que mais uma vez ganharia o título da Europa sobre o rival Atlético de Madri.
Mas com tanto dinheiro, e a formação de times recheados de jogadores de alto nível, por que os times ingleses não estão ganhando títulos europeus em profusão?
O quase sempre equilibrado Campeonato Inglês é apontado como uma das causas do fracasso dos times do país em competições internacionais. Mesmo na atual Liga da Europa, apesar do Manchester United ser o atual campeão, foram apenas dois títulos ingleses nas últimas oito edições do torneio.
A tese é de que enquanto Real Madrid e Barcelona, ao lado do Bayern, têm tarefas mais fáceis no âmbito doméstico, na Inglaterra, as disputas por título, por vagas nas competições internacionais e contra o rebaixamento são mais dramáticas.
Entre 1976 e 1982 foram seis títulos europeus seguidos para times ingleses. Marca histórica difícil de ser batida mesmo com a riqueza atual.