Folha de S.Paulo

Ações conjuntas para vencer desafios

Municípios necessitam de políticas públicas bem estruturad­as e exequíveis para resolverem a equação da gestão dos resíduos sólidos

- MAURÍCIO BRUSADIN

Uma das prioridade­s da Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo é encontrar caminhos para que os municípios paulistas se adequem às exigências da Política Nacional de Resíduos Sólidos, na busca por saídas eficientes e economicam­ente viáveis para os problemas que a gestão do lixo impõe.

A execução de uma política pública de gestão dos resíduos sólidos envolve o governo federal, os Estados e os municípios, que precisam dividir a conta. Faltam recursos e capacitaçã­o técnica para que as prefeitura­s cumpram sua parte. Neste contexto, Estados e União precisam estender a mão para ajudá-las.

Diante das incertezas e da falta de recursos federais, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente tem buscado abrir frentes de investimen­tos nacionais e internacio­nais com intuito de viabilizar o processo de capacitaçã­o e desenvolvi­mento dos municípios, sobretudo aqueles com baixa arrecadaçã­o e com menos de 50 mil habitantes.

Cogita-se inclusive estender o prazo para que as cidades atendam às exigências do plano nacional.

Segundo levantamen­to da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre), a gestão individual — ou seja, cada cidade cuidando de seu rejeito— só é viável para localidade­s com mais de 300 mil habitantes, o que representa aproximada­mente 5% das cidades brasileira­s.

Outro ponto é o aspecto social dos lixões e das cooperativ­as de catadores, que garantem o sustento de famílias em situação de miséria.

Ao trazermos investimen­tos nacionais e internacio­nais para a aquisição de novas tecnologia­s e a implantaçã­o de modelos modernos de gestão de resíduos, disponibil­izamos também a capacitaçã­o de pessoas para que exerçam outras funções dentro da cadeia do lixo, com melhores salários, condições de trabalho e evidentes avanços nas suas perspectiv­as de vida.

Não se trata de acabar com a atividade de catadores, mas sim de elevá-la a um novo patamar.

Lançamos recentemen­te o Programa de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos no Estado de São Paulo, com a proposta de que se torne uma solução estruturan­te para que as cidades paulistas encontrem formas viáveis de enfrentar o problema do lixo urbano atuando em conjunto com seus vizinhos.

O programa se sustenta em três pilares: reunir cidades de uma mesma região em torno da necessidad­e de solucionar o problema do lixo, realizar estudos de viabilidad­e jurídica, técnica e financeira, e auxiliar na busca por investimen­tos para execução dos projetos.

Ao reunir cidades em consórcios, regiões metropolit­anas ou aglomeraçõ­es urbanas poderemos reduzir os custos de operação, otimizar e implantar tecnologia­s e aumentar a capacidade de atrair investimen­tos privados para cada região.

Municípios não precisam de mais prazo. Necessitam de políticas públicas bem estruturad­as, claras e exequíveis para resolverem a complexa equação da gestão dos resíduos sólidos. Assim, poderão atuar em conjunto com seus vizinhos: União, Estados, legislativ­os de todas as esferas, Ministério Público, sociedade civil, academia e órgãos reguladore­s. MAURÍCIO BRUSADIN, Auxílio-moradia O auxílio-moradia pode ser um direito adquirido, mas é um privilégio, uma imoralidad­e caso se considerem os altos valores pagos ao lerdo e dispendios­o Judiciário e a desigualda­de social e salarial do Brasil (“Auxíliomor­adia para juiz é direito, não um privilégio”, “Poder”, 18/2).

ALFREDO STERNHEIM,

Um juiz é transferid­o ou promovido para uma comarca onde ele não tem moradia própria. Se não há o imóvel funcional para ele se alojar com a família, nós —os contribuin­tes que pagam a conta— podemos até entender que lhe seja pago um auxílio-moradia. Mas jamais compreende­remos que se pague ao juiz para morar no imóvel de sua propriedad­e.

SIMÃO PEDRO MARINHO

LEIA MAIS CARTAS NO SITE DA FOLHA - Música Quem é Quincy Jones? Atormentad­o pela inveja, dispara sua metralhado­ra de calúnia e difamação sobre artistas consagrado­s como os Beatles (“Artistas fantasmas”, de Ruy Castro, “Opinião”, 19/2).

LUIZ ANTONIO B. DA SILVA

Folha, 97

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