Regime sírio mata ao menos 250 em 48 horas em enclave rebelde
Com bombardeios e mísseis terrestres, investida de tropas de Assad é a mais letal desde 2013
França diz que ação de ditador viola direito humanitário; EUA endossam pedido de trégua para salvar civis
Ataques realizados por tropas do regime de Bashar alAssad contra um enclave rebelde perto da capital, Damasco, deixaram ao menos 250 mortos (incluindo 58 crianças) entre as noites de domingo (18) e terça-feira (20), informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
Trata-se do maior número de vítimas em um intervalo de 48 horas no conflito daquele país desde um ataque químico na mesma região em 2013. Só na terça, segundo o Observatório, 106 pessoas morreram. O total de feridos nos dois dias chega a 1.200.
Grupos de defesa dos direitos humanos que se opõem ao ditador afirmaram que a área de Ghouta (que congrega cidades-satélites e fazendas a leste de Damasco) foi alvo de uma série de bombardeios feitos por aviões e helicópteros. Mísseis terrestres também teriam sido usados.
Sob cerco do Exército desde 2013, o enclave tem cerca de 400 mil habitantes.
Os rebeldes temem que os bombardeios sejam o prenúncio de um ataque terrestre, já que aumentou o contingente de soldados sírios naquele perímetro nos últimos dias.
Desde 2015, quando passaram a receber ajuda da Rússia, as forças leais a Assad têm ganhado território na guerra civil, que já dura sete anos.
A União de Assistência Médica e Organizações de Socorro, entidade internacional que financia serviços de saúde na Síria, afirmou que cinco hospitais foram destruídos nos ataques.
A comunidade internacional condenou vigorosamente a investida de Damasco. A França descreveu os bombardeios como “uma violação séria do direito humanitário internacional”.
Já a porta-voz do Departamento de Estado americano, Heather Nauert, declarou que a recente escalada da violência na Síria preocupavam Washington profundamente.
“As táticas de cerco e de morte por fome do regime de Assad estão agravando o desastre humanitário por lá”, disse ela, acrescentando que os EUA apoiam o apelo da ONU por um cessar-fogo de um mês para permitir que civis recebam atendimento médico e deixem a área. NOVA ALEPPO O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) emitiu um comunicado em branco para manifestar sua contrariedade com a situação no país. “Não temos mais palavras para descrever o sofrimento das crianças e nossa indignação”, explicava uma nota de rodapé.
O enviado da ONU à Síria, Staffan de Mistura, alertou sobre a possibilidade de Ghouta se transformar numa “segunda [batalha] de Alep- po”, cidade que foi cenário de um confronto excruciante em 2016.
Representante do Exército do Islã, principal grupo rebelde em Ghouta, Mohammed Alloush comparou a ação do regime sírio à Alemanha nazista. “Um novo Holocausto está sendo feito pelo pior regime da Terra”, afirmou.
O governo sírio nega ter atacado civis e disse que o bombardeio tem como alvo terroristas islâmicos que agem na região. Em resposta, os rebeldes usaram morteiros para atacar Damasco, matando ao menos duas pessoas e deixando outras seis feridas na capital.
“A situação humanitária dos civis em Ghouta é uma espiral fora de controle”, havia dito na segunda Panos Moumtzis, coordenador dos esforços humanitários da ONU no país.
Hefetz foi detido também por outra ação, que investiga benefícios concedidos para um empresário amigo de Netanyahu.
Shaul Elovitch, controlador da empresa de telecomunicação Bezeq, teria aceitado fazer uma cobertura favorável ao premiê em seu canal de TV e no site Walla! em troca da aprovação de medidas que beneficiariam seu conglomerado.
O empresário e o premiê negam as acusações.