Cidades afetadas por desastre terão R$ 500 mi para saneamento
A contratação de renda nos planos de previdência complementar ganhará um impulso com regras anunciadas pela Susep (Superintendência de Seguros Privados) no fim do ano passado, segundo seguradoras.
A maioria dos clientes hoje opta por sacar todo o montante que acumulou, mas a tendência é que esse cenário comece a mudar neste ano, afirma Paulo Valle, presidente da Brasilprev.
Entre as alterações estão a maior flexibilidade na hora de programar ou suspender os resgates, além da possibilidade de contratar renda sobre apenas uma parte do que foi acumulado.
“Antes, se o cliente possuía R$ 1 milhão e quisesse revertê-lo em pagamentos mensais, precisaria fazê-lo com 100% do saldo ou então optar por ir sacando aos poucos, manualmente”, afirma.
“Cerca de 1% dos clientes da Brasilprev hoje contratam renda. Nos Estados Unidos, isso é próximo a 10%. É difícil estimar em qual velocidade, mas vemos potencial para chegarmos a esse nível.”
Na Zurich Santander, o número de pessoas que optam pela contratação gira em torno de 3% e 4%, diz o presidente, Alfredo Lalia Neto.
“Estudos preliminares mostram que podemos dobrar essa porcentagem e chegar a até 10%, mas ainda falta testar soluções e fazer pesquisas de campo”, afirma.
“As mudanças na fase de acúmulo, como a possibilidade de criar produtos com mais renda variável, terão ainda mais apelo do que essa parte da desacumulação, mas tudo isso é um avanço.”
Começa nesta quarta (21) o prazo para que os 39 municípios afetados pela tragédia de Mariana (MG) manifestem interesse em apresentar projetos de saneamento e coleta de resíduos a ser financiados pela Fundação Renova.
A entidade, mantida pela Samarco, aplicará R$ 500 milhões nas ações selecionadas. O aporte é uma das medidas compensatórias da mineradora após o desastre.
“Cerca de 80% dessas cidades têm pouco ou nada do esgoto tratado. O recurso começará a ser aplicado ainda neste ano”, afirma o presidente da Renova, Roberto Waack.
As prefeituras precisam manifestar interesse em apresentar projetos até 2 de março. Das cidades, 35 são mineiras e quatro, capixabas.
Os bancos de desenvolvimentodeMinasGerais(BDMG) e do Espírito Santo (Bandes) farão a gestão do montante.
“Vamos analisar a viabilidade econômica de cada proposta e, se necessário, financiar parte delas”, diz Aroldo Natal, presidente do Bandes.
“O dinheiro vem da iniciativa privada, mas os projetos aprovados farão licitações. A projeção é gastar R$ 100 milhões em 2018”, diz Marco Crocco, presidente do BDMG.
O banco mineiro disponibilizará R$ 130 milhões de crédito complementar às cidades.