Folha de S.Paulo

Entre as 15 propostas, algumas são considerad­as improvávei­s de serem votadas

- DANIELLE BRANT FLAVIA LIMA

DE SÃO PAULO

O governo tem um prazo bem estreito, inferior a cinco meses, se quiser aprovar no Congresso a maioria das medidas que compõem a nova agenda econômica anunciada como estratégia para minimizar o fracasso da votação da reforma da Previdênci­a, avaliam economista­s ouvidos pela Folha.

As projeções consideram o recesso no Congresso, que começa em meados de julho, e incluem a avaliação de que, quando os parlamenta­res retomarem os trabalhos, o foco estará na corrida eleitoral.

“Tem um curtíssimo espaço de tempo para aprovar um grande número de medidas. Há probabilid­ade bem baixa de conseguir votar boa parte delas”, diz Lucas Vilela, economista do Credit Suisse.

Para ele, apesar do pouco tempo hábil para implementa­r o plano B, faz sentido o governo manter a agenda pró-reforma. “O governo não tem a pretensão de aprovar todas as medidas”, avalia.

Zeina Latif, economista­chefe da XP Investimen­tos, tem leitura parecida. “É difícil conseguir votar as medidas. É provável que haja meses de indefiniçã­o sobre quem será candidato às eleições, e a classe política vai ficar muito envolvida nisso. O governo vai ter de priorizar, senão fica complicado.”

Mas não é só a questão do prazo estreito que pesa contra o governo, mas a oposição que agora é feita por antigos aliados dentro do Congresso, onde as medidas precisam ser apreciadas. Um dia após o anúncio, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEMRJ), e o do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), reagiram ao pacote com discursos similares: o de que o governo não pauta o Congresso.

“É preciso ter cuidado com declaraçõe­s feitas no calor do momento”, diz Flávio Serrano, do Banco Haitong. Ele vê mais facilidade na votação de parte das medidas, uma vez que, para isso, o governo precisaria de maioria simples. IMPROVÁVEL

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