Folha de S.Paulo

Fez sua história com a de Mato Grosso do Sul

- WILSON BARBOSA MARTINS (1917-2018) KELLY MANTOVANI SATORU YAMAMOTO - Aos 92, casado com Haru. Terça (20/2) às 10h. Cem. Jardim do Pêssego, r. Iosusuke Okaue, 911, Itaquera, São Paulo (SP). SILVIA KATZ - Aos 89, viúva. Terça (20/2) às 13h. Cemitério Israel

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A trajetória de Wilson Barbosa se confunde com a história de Campo Grande (MS). O Estado ainda pertencia a Mato Grosso quando o advogado formado pela USP começava a dar os primeiros passos na política.

Militante de oposição a Getúlio Vargas, foi um dos fundadores da UDN (União Democrátic­a Nacional) nos anos 1940, pela qual ficou conhecido e foi eleito prefeito em 1958.

Sua resistênci­a na ditadura militar fez com que perdesse os direitos políticos por dez anos, sendo impedido de exercer o mandato de deputado federal pelo MDB, em 1969.

Longe do Congresso e da advocacia, dedicou-se à pecuária, na fazenda da família. Nos anos 1980 voltou à política, sendo eleito governador e deputado federal duas vezes, além de senador. Com a criação de Mato Grosso do Sul, foi presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) local.

Amante da natureza, chamava a atenção pelo silêncio e sabedoria. Conciliado­r nato, sabia ponderar e ouvir vários lados de uma história. Tinha como ídolo o sogro, Vespasiano Barbosa, também político.

Católico fervoroso, rezava todas as noites. Seu jeito reservado se contrastav­a com a doçura com os filhos e netos. “Me colocava no colo e falava dos contos de fada”, lembra a neta Fabiana.

Voraz, lia dois ou três livros ao mesmo tempo. Aos 93, atacou de escritor: lançou a obra “Memória — Janela da História”, que conta sua trajetória e fatos históricos do Estado.

Há quatro anos teve um AVC (acidente vascular cerebral) e teve a saúde debilitada. Morreu no dia 13, aos 100. Deixa dois filhos, sete netos e dez bisnetos. coluna.obituario@grupofolha.com.br 7º DIA

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