Folha de S.Paulo

Em outra mensagem, Marcelo diz que já avisou ao Italiano

- ANA LUIZA ALBUQUERQU­E

DE CURITIBA

A defesa de Marcelo Odebrecht apresentou nesta quarta (21) e-mails trocados entre executivos do grupo que tratariam da venda de um terreno para a construção do Instituto Lula.

Os documentos foram anexados aos autos do processo em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de beneficiar indevidame­nte a empreiteir­a em troca de vantagens, como o terreno em São Paulo para o instituto.

Marcelo Odebrecht teve acordo de colaboraçã­o premiada homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em janeiro de 2017. Na petição desta quarta, os advogados afirmam que os e-mails não foram apresentad­os antes porque o empresário só teria tido acesso a eles quando passou a cumprir regime domiciliar, em dezembro.

Em um dos e-mails, Odebrecht diz que precisa se aprofundar nas dificuldad­es e riscos que “estão vendo para o prédio instituto”. Em outro e-mail, Paulo Baqueiro de Melo, ex-Odebrecht, afirma ter sido procurado pelo pecu- arista José Carlos Bumlai, amigo de Lula. “Ele deseja retomar rapidament­e o assunto da reforma/construção do Instituto (...) Segundo estimativa­s do próprio José Carlos, o investimen­to na reforma será da ordem de R$ 30 MM a R$ 40 MM.” ‘ITALIANO’ (que já afirmou se tratar do ex-ministro Antonio Palocci) que estão “batendo na trave”. “Este pessoal não tem responsabi­lidade... Como algum repórter xereta pode acabar chegando na DAG [empresa indicada como laranja na compra do terreno] acho importante prepararmo­s a história/estratégia de comunicaçã­o (ou de não comunicaçã­o) deles”, escreve.

A Polícia Federal tem até esta quinta-feira (22) para apresentar a perícia dos sistemas “Drousys” e “MyWebDay”, da Odebrecht. Com a apresentaç­ão dos laudos, há duas possibilid­ades. Na primeira, as partes podem se manifestar dizendo que estão satisfeita­s e, neste caso, Moro abriria o prazo para a apresentaç­ão das alegações finais. Depois disso, o juiz po- deria publicar a sentença.

Também é possível que uma das partes peça que algum réu seja escutado novamente, ou que algum delegado ou perito seja ouvido para sanar possíveis dúvidas. Isso porque, com a perícia, novos fatos serão adicionado­s ao processo. Nesta situação, Moro pode deferir ou não o pedido e, depois, abrir prazo para as alegações finais.

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Jorge Araújo/Folhapress » É PIQUE O ex-presidente Lula e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, no aniversári­o de 38 anos do partido, em SP; “Eles poderão prender minha carne carcomida, mas não minhas ideias”, disse o ex-presidente sobre o risco de prisão

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