Migração europeia ao Reino Unido cai 45% com ‘brexit’
Queda no fluxo de cidadãos da UE afeta economia britânica, mostra estudo
Ritmo de chegada de brasileiros também diminui, mas causa pode ser crise no país natal, diz pesquisador
é possível indicar por ora se o “brexit” vai afetar a imigração de brasileiros ao Reino Unido. O relatório não traz dados recentes por nacionalidade.
“O total de chegada de brasileiros caiu entre 2015 e 2016. Mesmo que em 2017 a queda continue, é difícil dizer o papel que o ‘brexit’ teve, já que a redução pode ser causada também pelos problemas econômicos no Brasil”, afirmou Rolbins, que estuda a comunidade brasileira no país.
Para ele, o “brexit” pode gerar efeitos diferentes para brasileiros. Por um lado, pessoas que têm ascendência europeia e conseguem passaportes para viver na UE podem ter menos interesse em entrar no Reino Unido.
Por outro, a redução de mão de obra barata de imigrantes europeus, de países como a Polônia, pode abrir espaço para o contingente de brasileiros que vive ilegalmente na Inglaterra.
Os planos da firma brasileira Embraco de transferir uma de suas fábricas da Itália para a Eslováquia viraram um tema eleitoral. O desemprego, que atinge 11% da população italiana, é uma das preocupações dos eleitores que votam em 4 de março.
A empresa de compressores controlada pela americana Whirlpool deve eliminar 497 empregos na Itália. Isso fez com que o ministro do Desenvolvimento Econômico, Carlo Calenda, recorresse à Comissão Europeia para a Competição a fim de tentar impedir a mudança.
O ministro argumenta que os subsídios da União Europeia (UE) a economias menores, como a Eslováquia, fazem com que elas tenham custos operacionais mais baixos. “Esse é um ponto evidente em que o sistema não funciona como deveria.”
Nesta semana, funcionários da Embraco se acorrentaram aos portões da filial de Turim. “Não vou desistir. Esta é a minha fábrica, que me alimentou por 25 anos”, disse Daniele Simoni à agência de notícias italiana Ansa.
A Confederação Europeia de Sindicatos está envolvida no caso e, segundo seu secretário-geral, o italiano Luca Visentini, trabalha agora para impedir a transferência.
“Consideramos que a decisão da empresa infringe as regras de competitividade da UE”, diz à Folha. A central pede também que a empresa devolva os subsídios recebidos ao se instalar na Itália.
Em nota, a Embraco declarou que a decisão “foi motivada pelo cenário competitivo e por complexidades de longa data que impossibilitavam que a planta fosse lucrativa, apesar de investimentos significativos”. ECONOMIA O caso teve impacto nas campanhas eleitorais porque toca em um ponto-chave das plataformas de partidos céticos em relação à UE, como o 5 Estrelas, contrário ao sistema partidário tradicional, e a ultranacionalista Liga Norte.
Para essas forças políticas, a integração europeia é uma das explicações para o desempenho insatisfatório da economia italiana, cujo PIB deve crescer 1,5% neste ano.
Matteo Salvini, líder da Liga Norte, disse que os planos da Embraco são um indício do fracasso do governo italiano do Partido Democrático (centro-esquerda) em negociar as regulações de livre mercado no bloco europeu.
O presidente do Parlamento europeu, o italiano Antonio Tajani, afirmou que o caso das demissões da Embraco é “inaceitável e mostra por que razão a Europa precisa mudar rapidamente”.
Tajani, do Força Itália, do ex-premiê Silvio Berlusconi, deverá ser o chefe de governo em caso de vitória da coalizão de centro-direita que a sigla forma com a Liga Norte e com outras agremiações.
Pesquisa do Termômetro Político prevê que essa aliança terá 37,5% dos votos. O 5 Estrelas aparece com 26,3%, cinco pontos a mais que o Partido Democrático. A sondagem foi feita com 4.500 pessoas de 12 a 16 de fevereiro, e a margem de erro não foi divulgada.