Após 8 anos, ‘Jornal do Brasil’ reestreia versão impressa
Fundado em 1891, diário volta às bancas no domingo (25) com tiragem de 50 mil exemplares e vai circular predominantemente no Rio
Depois de oito anos sem edição impressa, o “Jornal do Brasil” volta a circular no domingo (25) com um plano de negócios inesperado. “Vamos focar as bancas”, diz o empresário à frente do relançamento, Omar Resende Peres, 60.
Ele diz que a tiragem será de 50 mil exemplares no primeiro dia e, ao longo do mês seguinte, para testar a recepção do leitor, de 20 mil exemplares diários, sete dias por semana. O preço de capa será de R$ 5, em formato standard.
Publicidade e assinaturas não serão prioridade. “O nosso plano de negócios foi todo realizado para a venda de bancas”, diz, citando uma pesquisa que levantou “um potencial de 50 mil a 100 mil leitores por dia” no Rio.
Assinaturas, inclusive para a versão digital, podem ser implementadas no futuro. E o jornal já tem um departamento de publicidade, com seis profissionais, mas o eventual retorno “será lucro”.
“O mercado no Rio está muito machucado, em decorrência da crise que estamos vivendo”, diz. “Agora, nós temos de viver de banca.”
Ele reconhece que parece estar “na contramão da história”, mas lembra que não é “um neófito”, tendo sido proprietário de uma afiliada da Globo e de um jornal em Juiz de Fora (MG).
“E estou relançando o ‘Jornal do Brasil’, que é uma mar- ca icônica no Rio e ainda tem um mercado relevante”, diz. “O ‘Jornal do Brasil’ ainda está vivo nas pessoas do Rio.”
Fundado em 1891, o “JB” marcou a modernização do jornalismo do país a partir de 1959, quando Janio de Freitas, hoje colunista da Folha, comandou reforma gráfica. Peres assumiu a marca em 2017. CUSTO No entender do empresário, “o que vai viabilizar” o projeto é seu baixo custo operacional. Ele se nega a dar números sobre o investimento feito, mas enfatiza que a estrutura “é muito pequena”, inclusive Redação.
Segundo o diretor de Redação, Gilberto Menezes Côrtes, serão 30 jornalistas. Contando colunistas e outros, o “time total” chega a 50, “jornalistas muito experientes, que abraçaram a causa”, diz Peres.
Eles vão responder por reportagens especiais, artigos e colunas, que se somarão à edição, “para dar a cara do ‘Jornal do Brasil’”, do material fornecido por agências como Estado e France Presse e o jornal esportivo “Lance”.
Mais do que na produção de conteúdo, o jornal vai economizar com impressão e distribuição, que ficarão a cargo da Infoglobo no Rio e do “Jornal de Brasília” para a pequena tiragem na capital federal (2.000). Em São Paulo, só estará disponível nos aeroportos.
O site, mantido nestes oito anos por outra Redação, também estreia novo formato.