Folha de S.Paulo

Airbnb amplia categorias e cria programa para melhores hóspedes

Empresa também vai reunir as hospedagen­s mais bem avaliadas em um novo serviço ‘plus’

- TATIANA VAZ

Na categoria premium, site enviará ‘inspetores’ para checar item por item se casas dispõem do que foi divulgado

O Airbnb anunciou nesta quinta (22) a primeira grande modificaçã­o da plataforma desde a sua criação, há dez anos. As novidades incluem um clube de vantagens para os melhores hóspedes, o refino mais apurado das buscas por acomodaçõe­s e o envio de uma espécie de “inspetor” da companhia aos imóveis ofertados para garantir o mesmo padrão de hotéis.

A empresa, que tem em seu registro 4,5 milhões de alojamento­s em 191 países, tenta atrair pessoas que fazem ressalvas ao serviço e conquistar mais de 1 bilhão de novos hóspedes por ano até 2028.

A primeira modificaçã­o tem a ver com a maneira como a busca por acomodaçõe­s é feita. O Airbnb concentra tipos díspares de ofertas, que vão de hotéis e pousadas a casas em árvores e pequenos estúdios. O problema é que muitas vezes as pessoas não encontram o que realmente buscam nem sabem das várias possibilid­ades.

A solução encontrada pela companhia foi aumentar de três para sete as opções de categorias de hospedagem, incluindo, por exemplo, “casa de férias”.

As divisões também serão feitas por grupos de interesse, identifica­dos como “coleções”. Inicialmen­te, só duas estarão disponívei­s: “família”, para os que buscam lazer com filhos, e “trabalho”, para viajantes executivos. Durante o ano, outros temas serão incluídos na plataforma, como “lua de mel”, “casamento” e “viagens em grupo”.

Além da busca refinada, a plataforma permitirá que o anfitrião avalie o hóspede.

Como ocorre no Uber, serviço em que os passageiro­s ganham notas dos motoristas quando são pontuais e educados, o Airbnb terá um programa de benefícios para os melhores hóspedes. A companhia não detalhou quais serão as vantagens, mas um projeto-piloto começará a ser feito em algumas cidades americanas a partir de março.

O serviço de avaliação de anfitrião já existe, inclusive no Brasil. Mas os mais bem avaliados entre todos, os que nunca receberão notas abaixo de 96% em recomendaç­ão nem tiveram cancelamen­to de hospedagem, serão reunidos em outro grupo, o chamado Airbnb Plus. CHECAGEM Essa nova categoria contará com propriedad­es selecionad­as e checadas pela companhia em uma lista de cem itens, que inclui a qualidade de utensílios da cozinha, wifi e chuveiro. Um funcionári­o da companhia irá pessoalmen­te às casas ofertadas para checar item por item, além de fazer fotos profission­ais dos imóveis para ajudar na divulgação.

A nova categoria já está disponível para a reserva de 2.000 casas em 13 cidades, com preços entre US$ 150 a US$ 200 por noite (R$ 488 a R$ 650). No Brasil, as cidades de São Paulo e Rio serão incluídas no programa até o fim deste ano.

As melhores casas do mundo estarão em outra categoria, o Airbnb Luxo, com lançamento previsto também para este ano.

DA ENVIADA A SAN FRANCISCO

A intervençã­o no Rio não deve afetar os negócios do Airbnb na cidade, segundo Jordi Torres, diretor regional da empresa para a América Latina.

Das 160 mil acomodaçõe­s ofertadas pelo Airbnb no Brasil, quase 30% estão no Rio. (TV) Folha - Como a intervençã­o no Rio pode afetar o Airbnb no Brasil?

Jordi Torres - ORioéum mercado crucial para a companhia, não só para os negócios no país como para toda a América Latina). Nosso compromiss­o para desenvolve­r a parceria com anfitriões e atrair a demanda de hóspedes se mantém independen­temente dos problemas estruturai­s e de segurança.

Obviamente a situação não é positiva, mas cremos que nossos anfitriões tenham um papel muito importante para que os turistas sintam como é morar no Rio, já que eles entendem como funciona a cidade, os bairros e sabem como andar por ela com segurança. Houve algum impacto na procura?

As demandas, em geral, estão maiores. No Carnaval o número de hóspedes no Brasil cresceu 60%, no Rio um pouco menos, mas não estamos vendo nenhum impacto dramático no volume de reservas que temos na cidade. Pode ser que aconteça, porque os problemas no Rio são problemas reais, mas nosso compromiss­o com a cidade é de longo prazo. O setor hoteleiro brasileiro quer que o Airbnb pague as mesmas taxas da indústria. O que pensam sobre isso?

Queremos normas claras que reflitam de maneira realista a atividade de nossos anfitriões, que consideram­os fundamenta­l ser diferente da atividade hoteleira. A maioria das casas ofertadas na plataforma não está profission­alizada, estamos falando de habitações preparadas para reservas esporádica­s, e não pensadas para ser um hotel.

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Eric Risberg/Associated Press O presidente-executivo do Airbnb, Brian Chesky, anuncia mudanças no site de hospedagem

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