OS PAGAMENTOS DA FECOMÉRCIO-RJ
Ministério Público Federal questiona repasses da federação A Fecomércio-RJ
A Federação do Comércio do Rio é presidida por Orlando Diniz, que também dirigia o Sesc-RJ e o Senac, entidades que são bancadas principalmente com recursos públicos, e dedicadas a serviços a trabalhadores e capacitação
Desvios
Segundo a investigação, Diniz usou convênios da Fecomércio-RJ com os dois órgãos para transferir recursos
Pagamentos
Foram pagos R$ 180 milhões a escritórios de advocacia, em transações não explicadas. Segundo a investigação, Diniz mantinha contratos que não observavam “regras mínimas” na aquisição de bens e serviços
Advogado de Lula
Desse valor R$ 68,3 milhões foram para o escritório Teixeira Martins, que faz a defesa de Lula. Depoimentos apontam que o objetivo era garantir uma atuação política de Roberto Teixeira a favor de Diniz, que era ameaçado de perder seu cargo nessas entidades. Os procuradores do Rio, porém, disseram que esses repasses não são o foco da investigação nesse momento
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A apuração apontou que R$ 500 mil em espécie foram providenciados por meio do doleiro Alvaro Novis, que é delator
A mulher de Cabral
Quase R$ 20 milhões em honorários foram pagos para o escritório de advocacia de Adriana Ancelmo, ex-mulher de Sérgio Cabral. Nesse caso, os investigadores sustentam que os pagamentos eram “lavagem de dinheiro” ou pagamento de atos de “tráfico de influência” de Cabral
OUTRAS SUSPEITAS CONTRA CABRAL: >
A operação aponta que Diniz contratou a pedido de Cabral ao menos seis funcionáriosfantasmas vinculados ao Sesc e ao Senac, mas que trabalhavam para o ex-governador. Entre eles estavam parentes de seus auxiliares, como o operador Carlos Miranda, sua chef de cozinha e sua governanta.
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Segundo a investigação, R$ 3 milhões foram lavados, de 2007 a 2011, por meio da empresa Thunder, de Diniz, com a participação de operadores de Cabral e a anuência do ex-governador
OUTRO LADO >
O escritório Teixeira Martins disse que presta serviços jurídicos à Federação do Comércio do Rio desde 2011 em casos de “alta complexidade”, como é possível ver no site de cortes superiores
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Cabral diz que a operação repete o mesmo roteiro de fases anteriores. “A única dúvida é quem vai ser o delator da vez.”
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Diniz nega as acusações e diz que as “inverdades” vão destruir projetos importantes no Estado