Folha de S.Paulo

Geólogo aventureir­o, fazia trilhas e

- FERNANDA PEREIRA NEVES

Nada de rodinhas ou de braços de apoio, Tetuo Nitta aprendeu a andar de bicicleta de uma forma mais inusitada. Pegava emprestada a magrela de um professor e se lançava ladeira abaixo. Acabou aprendendo rápido.

Essa era uma das várias histórias de aventura contadas por esse filho de imigrantes japoneses, que acumulou viagens diferentes e esportes radicais. Tudo sempre recordado com um sorriso maroto.

Mais velho de sete irmãos, nasceu em Araçatuba, no interior paulista, e passou por algumas cidades até a família se estabelece­r em São Paulo.

As dificuldad­es o levaram a fazer bicos desde cedo, fazendo carvão, carregando carga de caminhão, ajudando na roça, o que adiou a faculdade de geologia, concluída na USP quando já estava com 30 anos.

A profissão jogou Tetuo em mais aventuras. Participou de projetos como os das usinas nucleares Angra 1 e 3, da hidrelétri­ca de Itaipu e do sistema Cantareira, além de planos de irrigação na Nigéria, de estradas na Venezuela e de uma barragem na Argélia.

Mesmo nas horas vagas, não sossegava. Num quartinho em seu apartament­o fuçava a ponto de fazer relógios, extensões e outros consertos para a casa. Também podia coluna.obituario@grupofolha.com.br

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