Folha de S.Paulo

O mapa da pressão

- PAULO VINICIUS COELHO

O DIA seguinte ao clássico Corinthian­s x Palmeiras sempre deixa vítimas. A pressão aumenta para quem não vence. Para Roger Machado, virá também a cobrança por se defender durante todo o primeiro tempo, com apenas 42% de posse de bola.

Fábio Carille montou sua equipe brilhantem­ente. Reforçou o meio-de-campo e jogou sem centroavan­te. Jádson e Rodriguinh­o, melhor em campo, jogaram no ataque, num 4-4-2.

Não havia quatro vitórias seguidas de um lado do dérbi desde 1964, quando o Palmeiras emendou o quarto triunfo seguido. O Corinthian­s não conseguia desde 1956.

Desta vez, a pressão vem acompanhad­a do olhar atento para a Libertador­es. O Corinthian­s estreia na quarta-feira (28), em Bogotá, contra o Millonario­s. Na quinta (1º), o Palmeiras joga em Barranquil­la, contra o Junior, mesma data da estreia do Santos, no Peru, contra o Garcilaso. vitórias consecutiv­as uma vez. A sequência veio há dez dias, com triunfos contra Madureira, Botafogo-SP, Bragantino e CSA.

Se foram três anos sem ganhar quatro jogos seguidos, há um problema no clube, não no técnico.

Não jogar a Libertador­es é péssimo. Por outro lado, pode ajudar a se concentrar numa chance real de título. Ganhar o Paulista dará um pouco de paz. Só que, mesmo sem disputar o torneio continenta­l, mais leve até a finalíssim­a. É o Corinthian­s.

Não é simples a sequência corintiana contra Palmeiras, Millonario­s e Santos, de sábado (24) até o próximo domingo (4), mas começou com o 1 a 0 contra o Palmeiras.

E, depois do Millonario­s, o time de Carille só voltará a campo pela Libertador­es dia 14, em Itaquera, contra o Lara, da Venezuela. Três dias depois, poderá se concentrar à Libertador­es. A tabela do Palmeiras prevê o Alianza, no Allianz Parque, entre as duas finais do Paulista.

O Santos viajará à Argentina para enfrentar o Estudiante­s no meio das duas partidas da decisão do Paulista, se chegar a ela.

É óbvio que o título da Libertador­es vale mais do que o Paulista, mas muitas vezes o que está em jogo é perder a taça e demitir o técnico ou perder uma partida e seguir com chance na América.

O acúmulo de jogos de abril pode mudar o endereço da pressão. Determinar o sucesso de quem está mal agora, ou o fracasso de quem foi muito bem em fevereiro. São Paulo perdeu três vezes, contra Bangu, Inter de Limeira e Fluminense. Passaram-se dezessete dias e o São Paulo foi campeão brasileiro contra o Guarani. Saber esperar é um dom. Não deveria ser, mas, comparada com a pressão que o São Paulo terá daqui a quarenta dias, os questionam­entos atuais são fichinha.

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