O mapa da pressão
O DIA seguinte ao clássico Corinthians x Palmeiras sempre deixa vítimas. A pressão aumenta para quem não vence. Para Roger Machado, virá também a cobrança por se defender durante todo o primeiro tempo, com apenas 42% de posse de bola.
Fábio Carille montou sua equipe brilhantemente. Reforçou o meio-de-campo e jogou sem centroavante. Jádson e Rodriguinho, melhor em campo, jogaram no ataque, num 4-4-2.
Não havia quatro vitórias seguidas de um lado do dérbi desde 1964, quando o Palmeiras emendou o quarto triunfo seguido. O Corinthians não conseguia desde 1956.
Desta vez, a pressão vem acompanhada do olhar atento para a Libertadores. O Corinthians estreia na quarta-feira (28), em Bogotá, contra o Millonarios. Na quinta (1º), o Palmeiras joga em Barranquilla, contra o Junior, mesma data da estreia do Santos, no Peru, contra o Garcilaso. vitórias consecutivas uma vez. A sequência veio há dez dias, com triunfos contra Madureira, Botafogo-SP, Bragantino e CSA.
Se foram três anos sem ganhar quatro jogos seguidos, há um problema no clube, não no técnico.
Não jogar a Libertadores é péssimo. Por outro lado, pode ajudar a se concentrar numa chance real de título. Ganhar o Paulista dará um pouco de paz. Só que, mesmo sem disputar o torneio continental, mais leve até a finalíssima. É o Corinthians.
Não é simples a sequência corintiana contra Palmeiras, Millonarios e Santos, de sábado (24) até o próximo domingo (4), mas começou com o 1 a 0 contra o Palmeiras.
E, depois do Millonarios, o time de Carille só voltará a campo pela Libertadores dia 14, em Itaquera, contra o Lara, da Venezuela. Três dias depois, poderá se concentrar à Libertadores. A tabela do Palmeiras prevê o Alianza, no Allianz Parque, entre as duas finais do Paulista.
O Santos viajará à Argentina para enfrentar o Estudiantes no meio das duas partidas da decisão do Paulista, se chegar a ela.
É óbvio que o título da Libertadores vale mais do que o Paulista, mas muitas vezes o que está em jogo é perder a taça e demitir o técnico ou perder uma partida e seguir com chance na América.
O acúmulo de jogos de abril pode mudar o endereço da pressão. Determinar o sucesso de quem está mal agora, ou o fracasso de quem foi muito bem em fevereiro. São Paulo perdeu três vezes, contra Bangu, Inter de Limeira e Fluminense. Passaram-se dezessete dias e o São Paulo foi campeão brasileiro contra o Guarani. Saber esperar é um dom. Não deveria ser, mas, comparada com a pressão que o São Paulo terá daqui a quarenta dias, os questionamentos atuais são fichinha.