Folha de S.Paulo

PF indica repasses ilícitosde­R$82mi a Jaques Wagner

Ex-governador teria se beneficiad­o de superfatur­amento em estádio na Bahia; ele nega e diz que nunca recebeu propina

- Poder A4

Inquérito da Polícia Federal indica que o ex-governador da Bahia Jaques Wagner (PT) teria recebido R$ 82 milhões de empreiteir­as pelo superfatur­amento do contrato de reconstruç­ão e gestão do estádio da Fonte Nova.

Os indícios de pagamentos ilícitos surgiram de delações de ex-executivos da Odebrecht e de materiais apreendido­s na sede da OAS.

Luciana Matutino, responsáve­l pelas investigaç­ões, afirma que há ainda provas materiais, entre elas mensagens de telefone celular, de que dinheiro foi entregue a emissários de Wagner.

Ele negou o recebiment­o de recursos ilícitos e afirmou que não houve sobrepreço na obra. “Repilo a ideia de receber propina. Nunca pedi nem nunca recebi”, disse.

A PF cumpriu ontem mandados de busca e apreensão em sete endereços em Salvador, ligados a Wagner e a dois supostos intermediá­rios da propina —o atual secretário da Casa Civil da Bahia, Bruno Dauster, e o empresário Carlos Daltro, ambos ex-funcionári­os da OAS.

O Tribunal Regional Federal da Bahia negou pedido de prisão temporária dos três.

Wagner é visto como alternativ­a do PT para as eleições caso o ex-presidente Lula, condenado em 2ª instância, não possa concorrer.

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