‹ Ex-governador nega propina e reclama da PF
presa e a OAS receberam recursos extras do governo da Bahia para a obra por meio do pagamento de acordo judicial de R$ 290 milhões entre Odebrecht e Cerb —órgão do governo baiano responsável por obras contra a seca.
Segundo delação de Marcelo Odebrecht e do executivo André Vital, o acordo serviu para quitar pendência de R$ 60 milhões que o governo tinha com o consórcio OAS/Odebrecht motivada pela aceleração das obras da Fonte Nova.
A solução “heterodoxa”, nas palavras do delator, teria sido sugerida por Wagner, que queria evitar novo aditivo no contrato da Fonte Nova e o consequente desgaste político. O acordo da Cerb também teria servido como contrapartida para colaboração da Odebrecht via caixa dois para a campanha vitoriosa do petista Rui Costa ao governo baiano.
DE SALVADOR
Jaques Wagner negou ter recebido recursos ilícitos de empreiteiras e afirmou que não houve superfaturamento na Arena Fonte Nova.
“Nunca pedi nem nunca recebi propina. Eu não peço e não autorizo ninguém a pedir qualquer tipo de reciprocidade por obras feitas.”
Wagner disse que há incompreensão de Polícia Federal e Tribunal de Contas da Bahia do que é uma PPP (Parceria Público-Privada).
“Em PPP, não existe a figura do superfaturamento, como se está se insistindo em falar”, disse.
Ele afirmou ser uma “aberração” a PF afirmar que houve direcionamento por exigência de expertise em demolição. Sobre os 15 relógios apreendidos, negou que sejam luxuosos. “Se tiver é um ou outro que tem um valor um pouco maior. A maioria são absolutamente simples. Eu gosto de relógios, mas não tem nenhum valor ali de luxo”, disse.
O secretário da Casa Civil, Bruno Dauster, disse estranhar a inclusão de seu nome na operação e que não era do governo na época do contrato. A Fonte Nova informou que aguarda informações, mas “se coloca à disposição das autoridades”.