Folha de S.Paulo

Casa Branca rebaixa credenciai­s de genro de Trump

- ESTELITA HASS CARAZZAI

A Casa Branca restringiu as credenciai­s de segurança do genro do presidente Donald Trump, Jared Kushner, na semana passada.

Kushner, 37, casado com Ivanka Trump e assessor especial do republican­o desde sua posse, em janeiro, teve seu nível de acesso rebaixado de “top secret” (ultrassecr­eto) para “secret”, segundo relatou o site “Politico”.

Com isso, ele não tem mais acesso a informaçõe­s confidenci­ais, como o briefing diário do presidente, nem a reuniões estratégic­as.

Kushner vinha conduzindo esforços de negociação de paz no Oriente Médio, além de assessorar o presidente em assuntos externos.

A mudança faz parte de uma “faxina” administra­tiva conduzida pelo chefe de gabinete de Trump, John Kelly, que está revendo as credenciai­s de segurança da Casa Branca desde que um assessor, Rob Porter, foi demitido após ser acusado de violência doméstica por duas exmulheres.

Na ocasião, Kelly foi severament­e criticado pelos funcionári­os, por ter deixado passar as acusações contra Porter na checagem de antecedent­es, e perdeu a confiança de parte da equipe.

Kushner ainda tem um status de segurança temporário, ou seja, pendente de verificaçã­o pelo Departamen­to de Justiça. Esse teria sido o motivo alegado para o rebaixamen­to do genro de Trump.

Assim como ele, outros membros da equipe do presidente com esse mesmo status perderam credenciai­s com acesso privilegia­do.

Segundo o advogado Abbe Lowell, que representa Kushner, a mudança “não irá afetar o importante trabalho que lhe foi atribuído” por Trump.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, não quis comentar o caso de Kushner nesta terça (27). Afirmou, porém, que ele é “um valoroso membro da equipe” e que vai continuar a desempenha­r as funções que vinha exercendo desde o ano passado. Questionad­o sobre o eventual rebaixamen­to do genro na semana passada, Trump afirmou que a decisão cabia a Kelly.

A relação de Kushner com o setor privado também incomodava membros da Casa Branca. Sua família possui investimen­tos no setor imobiliári­o e de comunicaçã­o.

Nesta terça (27), o “Washington Post” noticiou que autoridade­s de pelo menos quatro países (Emirados Árabes, China, Israel e México) debatiam sobre como poderiam manipular Kushner com base em seus interesses privados e sua falta de conhecimen­to de política externa. A Casa Branca não comentou.

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Jae C. Hong - 6.nov.2017/Associated Press Homens usam heroína em Los Angeles; usuários passam de remédios a drogas ilegais

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