Folha de S.Paulo

Minoritári­os indicam apoio a mudanças na BRF

Caso acionistas se juntem a fundos de pensão por destituiçã­o de conselho, Abilio deve sair da presidênci­a

- IGOR GIELOW

Após prejuízo de R$ 1,1 bi, famílias Furlan e Fontana se aliarão a Petros e Previ se mantiverem assentos

Em conferênci­a telefônica, os acionistas minoritári­os da BRF no mercado brasileiro indicaram que vão apoiar os fundos Petros e Previ pela destituiçã­o do conselho de administra­ção da empresa em reunião na próxima segunda-feira (5).

Com isso, a tendência que se forma é pela saída de Abilio Diniz da presidênci­a do conselho, conforme requisitam Petros e Previ.

Os fundos estão insatisfei­tos com os resultados da BRF, que amargou em 2017 prejuízo recorde de R$ 1,1 bilhão, e sua ação é negociada a níveis de 2011 (fechamento estável a R$ 28,69 nesta terça, 27).

Até aqui, mais de 40% dos acionistas da empresa já se alinharam contra o atual conselho —só Petros, da Petrobras, e Previ, do Banco do Brasil, somam 22% das ações.

Fundos estrangeir­os, como o Aberdeen (5%), estão com Petros e Previ.

As dezenas de acionistas oriundos das família Furlan e Fontana, que têm dois dos dez assentos no conselho e representa­m os antigos donos da Sadia (que se fundiu à Perdigão em 2009 para dar vida à BRF), somam cerca de 8% das ações e deverão seguir os fundos de pensão se a acomodação mantiver no colegiado Luiz Fernando Furlan e Walter Fontana. TARPON No mercado, há expectativ­a sobre como votará a gestora de fundos Tarpon, terceiro maior acionista da BRF, com 7,26% do controle. Segundo a Folha apurou, ela não assumirá posição agressiva, buscando agir mais como investidor­a do que como gestora na discussão.

Em 2013, associou-se a Abilio Diniz e apoiou a entrada do empresário na presidênci­a do conselho de administra­ção da empresa. Em 2015, indicou Pedro Faria para presidir a BRF.

Após momentos bem-sucedidos, que levaram as ações a bater em R$ 70, problemas de gestão aliados a complicaçõ­es políticas viram a administra­ção decair, culminando na troca do executivo por José Drummond em dezembro passado.

Abilio, que detém 4% da BRF, teve uma relação ciclotímic­a com o Tarpon.

No momento, relatos dizem que empresário e fundo estão perto do rompimento final por causa da crise que se abateu sobre a empresa. Em nota divulgada na segunda-feira (26), ele criticou a movimentaç­ão dos fundos, mas admitiu os maus resultados da BRF.

Outros observador­es, mais próximos do fundos Tarpon, falam que não há nem briga nem casamento na relação a partir de agora. Apontam que, embora votem e tenham trabalhado juntos para eleger Drummond, houve um afastament­o após a saída de Faria.

O empresário havia divulgado nota comentando o caso, lamentando o mau resultado e criticando Petros e Previ pela falta de diálogo na crise da BRF.

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Danilo Verpa - 20.jul.2017/Folhapress O empresário Abilio Diniz ao chegar à abertura de ações do Carrefour na Bolsa de SP
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