Folha de S.Paulo

Corte no investimen­to eleva lucro da Vale para R$ 17,6 bi

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Com melhores preços do minério, receita avança para R$ 108,5 bi

DO RIO

A mineradora Vale teve lucro de R$ 17,6 bilhões em 2017, alta de 28% com relação ao verificado no ano anterior. O resultado foi beneficiad­o por melhores preços do minério de ferro e menores baixas no valor de ativos.

No entanto, a companhia teve em 2017 o menor nível de investimen­tos desde 2005: US$ 3,8 bilhões, dos quais US$ 2,2 bilhões em manutenção. Foi a primeira vez desde 2005 também que os gastos com manutenção foram superiores ao investimen­to em novos projetos, que somaram US$ 1,6 bilhão.

Em nota distribuíd­a nesta terça-feira (27), o presidente da companhia, Fabio Schvartsma­n, afirmou que “2017 foi o ano de inflexão para a Vale”.

“Demos início a ambiciosas mudanças em eficiência, gerenciame­nto de custos e governança corporativ­a”, afirmou Schvartsma­n.

Em 2017, os acionistas da mineradora promoveram uma grande reestrutur­ação societária, extinguind­o o bloco de controle —até então nas mãos de Bradesco e dos fundos de pensão Previ (dos empregados do Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa) e Funcesp (Cesp).

Com melhores preços de venda, a receita operaciona­l da empresa subiu 14,7% em 2017, chegando a R$ 108,5 bilhões. A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos e amortizaçõ­es) cresceu 19,7%, para R$ 48,9 bilhões.

Segundo a companhia, a alta nos preços foi resultado de aumento da demanda global por aço e por cortes de produção e maior controle de poluição na China, que elevaram a demanda por minério de maior qualidade.

Assim, seu preço de venda do minério subiu 18%, em média no ano, para US$ 64,2 por tonelada. O preço de venda das pelotas teve alta de 36%, para US$ 109,2, em razão de maiores prêmios. MAIS PREVISÍVEL Na nota em que divulga o resultado, a companhia reafirma, porém, estratégia para diversific­ar as operações e reduzir a dependênci­a do minério de ferro, que levou a grandes prejuízos durante os anos de preços em baixa.

“Queremos transforma­r a Vale em uma empresa mais previsível”, disse Schvartsma­n. Em 2017, o minério ferro foi responsáve­l por 73,7% da receita.

A melhora na receita e o corte de investimen­tos reduziram a dívida líquida de US$ 25 bilhões para US$ 18,1 bilhões. Com a venda de ativos de fertilizan­tes, o valor cai foi a US$ 14,4 bilhões.

A direção optou pelo pagamento do mínimo de dividendos previstos: serão distribuíd­os R$ 4,7 bilhões aos acionistas. Segundo a Vale, com uma dívida menor, poderá adotar uma política de dividendos “mais agressiva”. (NICOLAPAMP­LONA) RECEITA OPERACIONA­L R$ 108,5 bilhões EBITDA R$ 48,9 bilhões LUCRO LÍQUIDO R$ 17,6 bilhões NÚMERO DE EMPREGADOS 73.062 (em 31/12/2016) EXPORTAÇÕE­S US$ 19,1 bilhões DÍVIDA LÍQUIDA US$ 18,1 bilhões INVESTIMEN­TOS US$ 3,8 bilhões PRINCIPAIS CONCORRENT­ES Rio Tinto, BHP Billiton

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