Distribuidoras de gás seguram corte no preço
afirmando que “não há pacote de remédios” contra o potencial de concentração.
Concluído em novembro de 2016, o processo de venda da Liquigás atraiu também os outros três grandes concorrentes e a Copagaz, que tem 8% do mercado. Gigantes estrangeiras da Turquia e da China chegaram a analisar, mas não avançaram.
As concorrentes argumentam que a simples venda de bases de distribuição não resolve o problema da concentração. Segundo elas, os botijões são marcados com nomes das empresas e garantem reserva de mercado.
No mercado, uma empresa pega o botijão na casa do cliente. Se for de um concorrente, leva para o pátio e depois troca por um seu pego pelo concorrente. Assim, as empresas precisam ter grandes quantidades de botijões, uma vez que parte deles estará parada com os concorrentes.
Ultra e Liquigás teriam 47,2 milhões de botijões, quase o dobro da terceira colocada em vendas, a Nacional Gas Butano, que tem 26,8 milhões. Ou seja: teriam mais estoque para girar no mercado do que as concorrentes.
DO RIO
Dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) mostram que as distribuidoras de gás de cozinha vêm segurando o repasse de corte no preço promovido pela Petrobras em janeiro.
De acordo com levantamento da agência, o preço do gás liquefeito de petróleo (GLP, o gás de botijão) nas refinarias caiu 4,95% entre o início do ano e o dia 10 de fevereiro —dado mais recente disponível.
O valor cobrado pelas distribuidoras, porém, subiu 1,39% no mesmo período. São elas que envasam o GLP em botijões e entregam às revendedoras.
No dia 18 de janeiro, após meses de alta expressiva, a Petrobras anunciou uma revisão em sua política de preços para o GLP e um corte de 5% nas refinarias.