Folha de S.Paulo

‘Fazer compras’ e ‘comprar’ serão ações diferentes

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DO ENVIADO A BARCELONA

“Comprar” e “fazer compras” serão ações de diferença cada vez mais nítida por causa da tecnologia. É o que dizem executivos que trabalham diretament­e no varejo ou em áreas relacionad­as a ele.

Segundo essa definição, comprar envolve, por exemplo, o ato de adquirir produtos necessário­s para a vida no dia a dia, um processo com o qual o consumidor gostaria de perder o menor tempo possível.

Já “fazer compras” é um processo mais longo, de escolha, tentativa e erro, e também prazeroso.

“Gostaríamo­s que algo que nos faz felizes fosse totalmente automatiza­do?”, pergunta Ann-Sofie Isaksson, especialis­ta em marketing da Ikea.

“Comprar pode ser algo automatiza­do”, diz Pernilla Jonsson, que encabeça o laboratóri­o de pesquisa ao consumidor da Ericsson, fabricante sueca de aparelhos de telefonia. “Já no caso de fazer compras, a tecnologia entra para melhorar a experiênci­a do consumidor.”

Isso não quer dizer que o ato de “fazer compras” deva ser realizado apenas fisicament­e, diz ela. “Pode ser digital. Os consumidor­es ficam horas e horas online.”

Um exemplo da própria Ikea é um aplicativo de realidade aumentada, para melhorar a sensação do consumidor que quer escolher algum produto para sua casa.

Mas também no caso da loja física a tecnologia vai mudar a maneira como as coisas são feitas.

Exemplo disso foi mostrado no World Mobile Congress pela Intel e pela Telefónica: a loja da Dufry (free shop) no terminal mais moderno do aeroporto de Barajas, em Madri. Ela é modulada para fazer com o que ambiente responda ao consumidor, estimuland­o-o a parar na loja ou fazer com que se interesse por determinad­o produto.

É o que Carlos Marina, executivo da empresa espanhola, chama de “momento ópera”.

“Se há muita gente, aumentamos o volume da música. Dependendo dos voos que vão sair, podemos oferecer [em telões] produtos que costumam atrair pessoas daqueles países de destino, promovendo determinad­a marca.” (RD)

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