Folha de S.Paulo

Ibirapuera e mais 5 parques serão concedidos por 35 anos

Espaço cobiçado na zona sul de São Paulo será entregue pela gestão João Doria (PSDB) à iniciativa privada com outras áreas periférica­s

- GUILHERME SETO

O prefeito João Doria (PSDB) apresentou nesta terça (27) o primeiro lote de parques municipais a ser concedido à iniciativa privada. O cobiçado Ibirapuera carregará cinco outros parques periférico­s em contrato que terá 35 anos de duração.

Além do Ibirapuera, os parques que vão compor o “combo” serão Lajeado, em Guaianases, na zona leste; Eucaliptos, na Vila Sônia, na zona oeste; Jacintho Alberto, em Pirituba, na zona norte; Tenente Brigadeiro Faria Lima, no Parque Novo Mundo, na zona norte; e Jardim Felicidade, também em Pirituba.

O pacote foi composto com base em levantamen­to do Índice de Desenvolvi­mento Humano das regiões, o tamanho dos parques e seus custos. De acordo com Wilson Poit, secretário de Desestatiz­ação e Parcerias, esses parques periférico­s custam R$ 6,8 milhões por ano à prefeitura.

O edital ficará aberto para consulta pública por 20 dias. Sugestões serão recebidas para a publicação de edital definitivo em 7 de abril. A prefeitura estima 24 de julho como a data de assinatura do contrato. “O êxito desse primeiro pacote vai estimular os demais a serem concedidos ao setor privado”, disse Doria.

O prefeito afirmou que a população não pagará para entrar nos parques nem para usufruir de qualquer serviço nesses locais, como shows.

A empresa que apresentar maior valor de outorga será considerad­a a vencedora da licitação. O mínimo estipulado no primeiro lote é de R$ 1,9 milhão. A quantia, porém, é considerad­a secundária pela prefeitura, que vê a desoneraçã­o dos gastos com parques como principal contribuiç­ão financeira dessa concessão.

As contas da prefeitura apontam para ganhos de R$ 1,6 bilhão ao longo de 35 anos, sendo 70% decorrente­s de desoneraçã­o, 12% em investimen­tos, 18% em impostos pagos pelos concession­ários e 0,1% da outorga.

No caso do Ibirapuera, a empresa ficará com a renda de restaurant­es e bares, estacionam­ento, patrocínio de shows e aluguel de bicicletas. A Oca, o Auditório Ibirapuera, o Viveiro Manequinho Lopes, o Planetário e o Pavilhão das Culturas Brasileira­s também poderão gerar receitas.

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