Setor público tem superávit recorde em janeiro
Resultado é influenciado pela alta da arrecadação; dívida bruta sobe e vai a 74,5% do PIB
Com maior arrecadação federal e boa performance de estados e municípios, o setor público registrou superávit primário recorde de R$ 46,9 bilhões em janeiro.
O resultado primário é o melhor mensal já registrado na série histórica do Banco Central, iniciada em 2001.
O principal responsável foi o superávit primário de R$ 36,5 bilhões do governo central (federal, Banco Central e Previdência).
Na véspera, o Tesouro já havia apontado que o forte desempenho teve ajuda da arrecadação, que vem respondendo à retomada da economia, e receitas extraordinárias com o Refis, programa de renegociação tributária.
Em 12 meses, o déficit primário do setor público consolidado —que inclui governos regionais e estatais— foi a R$ 100,3 bilhões, o equivalente a 1,53% do PIB, melhor do que a meta do ano, de rombo de R$ 161,3 bilhões.
Apesar do primário recorde, em janeiro a dívida líquida do país subiu a 51,8% do PIB, ante 51,6% em dezembro.
Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, o principal fator foi o efeito do ajuste cambial, já que no período houve queda de cerca de 4% do dólar sobre o real. Na prática, isso diminuiu o valor em reais das reservas internacionais do país.
Já a dívida bruta, que não incorpora as reservas, avançou a 74,5% do PIB, ante patamar de 74% no último mês do ano passado.