A influência de Homero sobre os jovens que vivem nas
ruas motivou o Movimento da Infância e da Adolescência da Região Central da Cidade de São Paulo a protocolar uma carta aberta ao Ministério Público e à prefeitura denunciando indícios de “abuso, exploração sexual e aliciamento de crianças e adolescentes em situação de rua”.
Profissionais que atuam na proteção dessa população dizem ter sido ameaçados de morte ao questioná-lo.
A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social afirmou que acionou o Conselho Tutelar, a polícia e o Ministério Público sobre a conduta de Homero e que tem auxiliado os órgãos nas investigações das denúncias.
Comerciantes da rua Formosa, ao lado do Anhangabaú, chegam a recorrer à autoridade de Homero quando os meninos incomodam os clientes por esmolas. Muitos relatam que basta ameaçar chamá-lo para eles se afastarem. Recentemente, um grupo apedrejou uma base da GCM durante distribuição de comida, e o tumulto só foi contido quando ele chegou.
Para o promotor Eduardo Dias, da Promotoria de Interesses Difusos de Crianças e Adolescentes, que coordena as investigações, a forte presença de uma pessoa como ele, sem nenhum vínculo com o poder público, denota a falta de diretriz para lidar com os meninos em situação de rua. “Parece lenda urbana, mas é real”, diz.