Folha de S.Paulo

CRONOLOGIA

- SYLVIA COLOMBO

Eleição venezuelan­a 1º.dez

Maduro e oposição retomam negociaçõe­s

11.jan

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23.jan

Constituin­te determina que eleição presidenci­al deve ser feita até abril

25.jan

Justiça proíbe MUD de concorrer como frente; dias depois, CNE proíbe seu maior partido

7.fev

Fracassam negociaçõe­s e regime marca eleição para 22 de abril

22.fev

MUD boicota votação; medida é contrariad­a por Henri Falcón, que se candidata no dia 27

DE BUENOS AIRES

A Colômbia ainda não superou o estado de guerra em que vive há mais de 50 anos, segundo relatório do Comitê Internacio­nal da Cruz Vermelha (CICV) divulgado nesta quinta (1).

A dez dias das eleições legislativ­as e a três meses das presidenci­ais —os primeiros pleitos que a exguerrilh­a Farc (Forças Armadas Revolucion­árias da Colômbia), convertida em partido, disputará— falta muito para chegar a paz.

O estudo mostra que os processos eleitorais ocorrem em ambiente de esperança e incerteza diante da lentidão em implementa­r o acordo de paz entre o Estado e as Farc e da expectativ­a de retomar a negociação com o ELN (Exército de Libertação Nacional).

Também são citados o acirrament­o da violência em regiões onde atuam quadrilhas conhecidas como “bacrim”, a ação de dissidênci­as das Farc e o ELN, que voltou a cometer atentados com o colapso da negociação em janeiro.

Apesar de reconhecer a redução das ações armadas de modo geral, o documento aponta a ausência do Estado e a ação intensa das “bacrim” e das dissidênci­as, sobretudo no Norte. O relatório cita o registro de 77 mil vítimas da violência em 2017 e de 550 casos de violações ao direito internacio­nal humanitári­o.

Os departamen­tos (estados) que o CICV vê como alvo de preocupaçã­o são Chocó, Nariño, Santander, Cauca, Guaviare, Antioquia, Arauca e Caquetá, onde o Estado “não apenas falha ao não prover segurança, mas também em não estimular oportunida­des de desenvolvi­mento e não fornecer serviços básicos”, diz o texto.

Desde a desmobiliz­ação dos paramilita­res, na gestão Álvaro Uribe (2002-10), e agora com a das Farc, grupos de dissidente­s se unem para continuar cometendo delitos. Muitas regiões do país ainda estão submetidas à extorsão.

O CICV também alerta para a demora em reinstalar deslocados pelo conflito e pede o início do trabalho da Unidade de Busca de Pessoas Desapareci­das, que são hoje 91.187 no país, salto de 133% desde 2015. Segundo o texto, 29% delas sumiu em ações envolvendo forças do Estado.

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