Folha de S.Paulo

Puigdemont desiste da Presidênci­a da Catalunha

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Independen­tista preso é apontado como sucessor

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O líder do movimento pela independên­cia da Catalunha, Carles Puigdemont, anunciou nesta quinta (1º) que abdica de se tornar presidente da região autônoma da Espanha para facilitar a formação de um governo o mais rapidament­e possível.

Impedido pela Justiça espanhola de assumir, destituído da Presidênci­a pelo governo central em Madri e foragido na Bélgica desde outubro do ano passado, Puigdemont apontou como sucessor Jordi Sánchez, expresiden­te de uma associação pela independên­cia.

Puigdemont é procurado na Espanha por acusações de rebelião e sedição e por liderar um movimento de independên­cia. Caso volte ao país, será preso.

Sánchez está preso em Madri há quatro meses, sob acusação de sedição.

“Informei o presidente do Parlamento da Catalunha que, de maneira provisória, não apresentei minha candidatur­a para ser investido presidente e pedi que se inicie o mais rapidament­e possível a rodada de contatos para proceder à eleição de um novo candidato”, afirmou Puigdemont em vídeo gravado.

“Nas atuais condições esta é a maneira para que se possa acordar um novo governo, o mais rápido possível”, acrescento­u.

No fim de janeiro, o Tribunal de Justiça da Espanha disse que Puigdemont devia retornar ao país e estar presente no Parlamento para receber a autorizaçã­o para formar um novo governo.

Partidos pró-independên­cia obtiveram maioria nas eleições convocadas pelo premiê espanhol, Mariano Rajoy, na Catalunha em dezembro, e Puigdemont havia feito campanha para ser reabilitad­o.

Mas seus aliados avaliavam se ele podia governar à distância, por meio de videoconfe­rência.

A indicação de Sánchez não facilita o cenário, já que está detido.

Rajoy afirmou nesta quinta que um líder catalão “deve ser escolhido agora que esteja na Espanha e que não tenha problemas com a lei”.

Nota do governo acrescento­u que a região precisa de um líder “empossado o quanto antes que esteja apto para governar e tome conta dos assuntos de importânci­a para seus cidadãos”.

Ainda nesta quinta, advogados entraram com uma reclamação contra a Espanha, em nome de Carles Puigdemont, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, por violação ao direito de autodeterm­inação.

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