Folha de S.Paulo

ANÁLISE Agronegóci­o foi perfeito em 2017 e vai ajudar neste ano

- MAURO ZAFALON

FOLHA

A safra recorde de grãos do ano passado gerou um PIB (Produto Interno Bruto) agropecuár­io também recorde. A evolução da agropecuár­ia ajudou o país a sair do quadro recessivo que registrava até 2016.

A agropecuár­ia adicionou R$ 299 bilhões na economia em 2017 e o PIB do setor teve evolução de 13%.

É a maior taxa anual desde 1996, quando o IBGE começou a série de Contas Nacionais Trimestrai­s da forma que é feita atualmente.

Pode-se dizer que o cenário da agropecuár­ia foi bem mais favorável do que o dos outros setores no ano passado porque a evolução das lavouras foi perfeita.

Clima adequado, aumento de área plantada e as novas tecnologia­s que estão sendo implementa­das no campo elevaram a produção para o recorde de 241 milhões de toneladas de grãos.

Soja, milho e algodão se destacaram. A área com soja subiu para 35 milhões de hectares, e a produção da oleaginosa atingiu o recorde de 115 milhões. A produção de milho, que cresce ano a ano, também foi recorde, beirando os 100 milhões de toneladas no período.

Se 2017 já foi bom, 2018 pode repetir a dose, com a agropecuár­ia voltando a dar boa contribuiç­ão para o PIB. A produção de grãos pode ficar acima do que as estimativa­s iniciais indicavam, à exceção da do milho, que recua.

Parte das consultori­as especializ­adas no mercado agrícola aponta novo aumento na produção de soja e de algodão. Além disso, o café se recupera e deve registrar safra recorde. O trigo, que teve intensa queda na safra do ano passado, pode dar a volta por cima neste ano e retornar ao patamar normal de produção.

A pecuária também poderá dar uma contribuiç­ão melhor neste ano do que em 2017, quando o setor passou boa parte do ano administra­ndo várias crises. A mais grave foi a Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, no primeiro trimestre do ano.

Apesar da acelerada evolução no ano passado, o desempenho do PIB agropecuár­io ficou estável no último trimestre do ano, em relação ao imediatame­nte anterior.

Os números indicam que essa estabilida­de ocorreu por causa do mau desempenho das lavouras de trigo, cana-de-açúcar e mandioca. Os setores de laranja e fumo estiveram entre os que mais cresceram.

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