Nível pré-crise volta só em 2020, diz economista
O PIB de 2017 cresceu 1%, abaixo da projeção central dos economistas (1,1%).
Apesar do primeiro número positivo após dois anos
Variação trimestral do PIB em relação ao trimestre imediatamente anterior, em %
de queda, a economia brasileira ainda está rodando no mesmo patamar que estava do início de 2011, de acordo com o IBGE.
Segundo cálculos do economista Marcelo Kfoury, da FGV-SP, feitos a pedido da Folha, se o país mantiver o crescimento previsto pelos analistas do mercado financeiro (2,9% neste ano e 3% em 2019), o patamar pré-recessão de 2014 só será recuperado em 2020. O PIB per capita, só em 2022.
O PIB per capita avançou 0,2%, em termos reais (descontando a inflação) em 2017, alcançando R$ 31.587.
À frente, economistas dizem que o cenário interno será muito mais determinante em uma possível reversão do cenário positivo do que o quadro internacional.
“A plataforma econômica de um candidato em favor da não continuidade das reformas pode afetar especialmente os níveis de confiança”, diz Alessandra Ribeiro, da Tendências. Ela lembra que as questões fiscais , que envolvem “barganhas difíceis”, como a regra do teto no próximo ano e a reforma da Previdência, estão longe de ser resolvidas.
“Se isso não for encaminhado, é possível que o mercado comece a discutir a insolvência do Estado”, diz.
Para Bráulio Borges, da LCA, o temor seria “um repeteco de 2002”, que poderia minar a recuperação do investimento, com bancos ainda mais temerosos de emprestar.
“O risco não é externo, mas interno: o quadro político doméstico e suas implicações. E não adianta fazer como alguns candidatos, que estão tentando comprar credibilidade com nomes que agradem ao mercado”, diz.