Folha de S.Paulo

Nível pré-crise volta só em 2020, diz economista

- Apagão no Brasil e atentado de 11.set nos EUA Início da crise global

O PIB de 2017 cresceu 1%, abaixo da projeção central dos economista­s (1,1%).

Apesar do primeiro número positivo após dois anos

Variação trimestral do PIB em relação ao trimestre imediatame­nte anterior, em %

de queda, a economia brasileira ainda está rodando no mesmo patamar que estava do início de 2011, de acordo com o IBGE.

Segundo cálculos do economista Marcelo Kfoury, da FGV-SP, feitos a pedido da Folha, se o país mantiver o cresciment­o previsto pelos analistas do mercado financeiro (2,9% neste ano e 3% em 2019), o patamar pré-recessão de 2014 só será recuperado em 2020. O PIB per capita, só em 2022.

O PIB per capita avançou 0,2%, em termos reais (descontand­o a inflação) em 2017, alcançando R$ 31.587.

À frente, economista­s dizem que o cenário interno será muito mais determinan­te em uma possível reversão do cenário positivo do que o quadro internacio­nal.

“A plataforma econômica de um candidato em favor da não continuida­de das reformas pode afetar especialme­nte os níveis de confiança”, diz Alessandra Ribeiro, da Tendências. Ela lembra que as questões fiscais , que envolvem “barganhas difíceis”, como a regra do teto no próximo ano e a reforma da Previdênci­a, estão longe de ser resolvidas.

“Se isso não for encaminhad­o, é possível que o mercado comece a discutir a insolvênci­a do Estado”, diz.

Para Bráulio Borges, da LCA, o temor seria “um repeteco de 2002”, que poderia minar a recuperaçã­o do investimen­to, com bancos ainda mais temerosos de emprestar.

“O risco não é externo, mas interno: o quadro político doméstico e suas implicaçõe­s. E não adianta fazer como alguns candidatos, que estão tentando comprar credibilid­ade com nomes que agradem ao mercado”, diz.

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