Folha de S.Paulo

Planos de saúde aprovam arquivar projeto na Câmara

Associação decidiu apoiar arquivamen­to de mudança da atual legislação do setor

- CLAUDIA COLLUCCI

Uma das principais entidades que representa­m planos de saúde, a Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo), decidiu apoiar campanha pelo arquivamen­to do projeto que altera a atual lei dos planos e que tramita na Câmara dos Deputados.

Organizaçõ­es de defesa da saúde e do consumidor, que lideram a campanha, alegam que a proposta retrocede nos direitos dos usuários de planos de saúde e só atende aos interesses das operadoras.

Uma das polêmicas está relacionad­a à cobertura. Para as organizaçõ­es, o atual texto abre brechas para a criação de planos regionais e de baixa cobertura, que deixarão o usuário na mão quando necessitar de atendiment­o mais especializ­ado.

Em evento nesta quinta (1º) em SP, a Abramge se posicionou favoravelm­ente ao arquivamen­to do projeto. Mas não exatamente pelas mesmas razões das outras organizaçõ­es.

Para o presidente da Abramge, Reinaldo Sheibe, toda a discussão está contaminad­a. Ele sugere: “É preciso torná-la mais limpa. Arquivar o projeto e encerrar a comissão [que está coordenand­o os trabalhos na Câmara] ou dentro dessa comissão reiniciar todo o processo de discussão com mais pluralidad­e e acesso às audiências públicas”.

A proposta reúne cerca de 150 projetos, a maioria com pedidos de mais cobertura e direitos aos usuários.

Com isso, tanto a Abramge quanto outras entidades defendem a desnecessi­dade de o projeto tramitar em regime de urgência, situação que impede debates aprofundad­os.

Porém, há vários pontos de discordânc­ia entre as entidades que representa­m os planos e demais organizaçõ­es.

Um dos mais importante­s é em relação ao rol de procedimen­tos das operadoras. Hoje, a cada dois anos, a ANS atualiza a lista com base em parecer de grupo técnico que reúne entidades de defesa do consumidor, operadoras de planos e profission­ais de saúde.

A atual proposta de mudança da lei diz que a incorporaç­ão de novas tecnologia­s deverão levar em conta o impacto econômico-financeiro dos novos procedimen­tos.

O Cremesp, que apoia a campanha pelo arquivamen­to, diz que se isso for aprovado deixará o rol de procedimen­tos ainda mais defasado.

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Robson Ventura/Folhapress » SEM TETO Tempestade que atingiu a zona leste de São Paulo nesta quinta (1º) derruba parte do forro do teto da ala de pediatria do Hospital Municipal Tide Setúbal, em São Miguel Paulista; hospital sofre com falta de estrutura

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