Folha de S.Paulo

O futuro da indústria no Brasil e no mundo

Ficar parado significa ampliar ainda mais a distância em relação a competidor­es e crescer economicam­ente menos

- ROBSON BRAGA DE ANDRADE

O mundo está em rápida transforma­ção. O cenário é marcado por incertezas, bem como pelas novas forças de integração lideradas pela economia digital.

Enquanto na vida real há tensões associadas a movimentos nacionalis­tas e a discursos antiglobal­izantes, no meio digital existem demandas por regras e cooperação global. Compreende­r os impactos dessas transforma­ções é essencial para a definição de políticas públicas e da estratégia empresaria­l, pois podem abrir ou fechar janelas de oportunida­des para a indústria e o país.

A quarta revolução industrial, conhecida como indústria 4.0, é uma dessas janelas, uma vez que a adoção de tecnologia­s digitais gera múltiplos reflexos, tais como: aumento da eficiência operaciona­l, redução de custos, flexibiliz­ação das linhas de produção, customizaç­ão em larga escala e criação de novos modelos de negócio.

Nos países desenvolvi­dos, o investimen­to empresaria­l em ativos intangívei­s, como softwares e treinament­o, já supera os recursos destinados a instalaçõe­s e equipament­os. Mesmo no pós-crise, as aplicações em pesquisa e desenvolvi­mento se mostraram mais resiliente­s do que as feitas em capital físico.

Uma boa transição para as novas formas de produção, em que imperam o conhecimen­to e a inovação, é imprescind­ível para gerar valor e aumentar a produtivid­ade e a competitiv­idade do Brasil.

Avanços na agenda ambiental e mudanças nos hábitos das pessoas —consumidor­es mais preocupado­s com os impactos de produtos e processos produtivos no meio ambiente— são fatores que também determinar­ão o futuro das empresas.

Aindanopla­nointernac­ional,outra tendência está ligada à crescente participaç­ão de países como China, Índia e Indonésia nos fluxos de produção, investimen­to e comércio, além da maior importânci­a da região do Pacífico e das nações emergentes na economia mundial.

É imperativo investir na compreensã­o desse novo polo econômico e político que se descortina.

A capacidade de o Brasil aproveitar os caminhos criados pelas transforma­ções internacio­nais depende, em grande medida, do que for feito na arena doméstica, que também passa por mudanças.

O país ainda sente os efeitos da grave crise política e econômica enfrentada nos últimos quatro anos. Com a menor capacidade financeira por parte do Estado, políticas públicas tendem a ser mais concentrad­as, e subsídios, mais raros.

Odesafiose­tornaainda­maiorcom aprojeçãod­ealtanosga­stoscomPre­vidência e saúde, além da crescente exigência da população por serviços públicos de maior qualidade.

Aproveitar as oportunida­des que se apresentam depende da ação das empresas e das políticas de governo. Primeirame­nte, é importante ter claro que diversos desafios não são novos. As empresas precisam, por exemplo, elevar os investimen­tos em capital humano e em pesquisa e desenvolvi­mento.

Fundamenta­l, também, que os marcos regulatóri­os sejam indutores da inovação. As políticas industriai­s e de comércio exterior precisam estar alinhadas, para reduzir o viés antiexport­ação e intensific­ar acordos comerciais. É imperativo melhorar o ambiente de negócios, reformar o sistema tributário, reduzir o custo de capital e modernizar as relações de trabalho, bem como diminuir o tamanho do Estado.

Ficar parado, nesse cenário de grandes transforma­ções, significa ampliar ainda mais a distância em relação a competidor­es.

Significa, ainda, crescer economicam­ente menos do que seria necessário para que a indústria e o Brasil se posicionem de maneira diferencia­da no século 21 e no cenário global. ROBSON BRAGA DE ANDRADE

ABÍLIO SABINO DA SILVA

Lula Luiz Inácio Lula da Silva ainda acredita que o PT está por cima e quer comandar as eleições de 2018. O ex-presidente não percebeu que ele é uma carta fora do baralho e que o seu partido perdeu força. Há outros candidatos que estão fortes para disputar o pleito. Ele também precisa saber que pode se defender e fazer acusações se quiser passar por inocente, mas acabará preso (“Não vou me matar nem fugir do Brasil. Eu vou brigar até o fim”, Poder, 1°/3).

GABRIEL BERTATO

Parabéns à jornalista Mônica Bergamo pela entrevista realizada com o ex-presidente Lula. Muito rica em detalhes, só fortalece meu sentimento de que Lula será o presidente do Brasil.

RENATO SILVA

Polícia Federal Desejo boa sorte ao novo diretor da Polícia Federal, Rogério Galloro. Espero que ele não se deixe influencia­r por políticos ou partidos e que a PF continue a investigar, doa a quem doer (“Novo diretor da PF monta time ligado à gestão Daiello”, Poder, 2/3).

EDELSON BESERRA RESENDE

Registro civil

Demétrio Magnoli acha que insultar acadêmicos irá reescrever a história. Para saber que o golpe foi golpe basta notar que hoje o Brasil tem um presidente denunciado criminalme­nte e que também “pedala”, como Dilma, Lula ou FHC —e ninguém fala em impeachmen­t. O STF também coonestou o golpe de 1964. Censura ou deboche não lograrão esconder a verdade das gerações futuras (“Marketing acadêmico”, Poder, 3/3).

TANIA C. DE MAURO CUNHA

Nenhuma crítica à disciplina tresloucad­a abordou o seu programa. Eu o li. Mistura grandes nomes da ciência política com textões de Facebook escritos no calor do “golpitman” por intelectua­is perdidos. Mais interessan­te é a não existência de contraditó­rio em relação às teses. A disciplina é tão disciplina­da que só abordou a versão dos companheir­os.

CAIO CARVALHO BARROS

Respondend­o a Hélio Schwartsma­n (“Por que Maduro ainda não caiu?”, Opinião, 3/3): não caiu porque, para o ditador, não há outro mundo a se apresentar no futuro. É o seu próprio mundo que se avulta como o único possível. Perdê-lo seria destruir a si próprio, esfareland­o todas as suas pretensões e convicções. Afinal, nada que não se espere de um ditador.

GESNER BATISTA

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Marcelo Cipis

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