O futuro da indústria no Brasil e no mundo
Ficar parado significa ampliar ainda mais a distância em relação a competidores e crescer economicamente menos
O mundo está em rápida transformação. O cenário é marcado por incertezas, bem como pelas novas forças de integração lideradas pela economia digital.
Enquanto na vida real há tensões associadas a movimentos nacionalistas e a discursos antiglobalizantes, no meio digital existem demandas por regras e cooperação global. Compreender os impactos dessas transformações é essencial para a definição de políticas públicas e da estratégia empresarial, pois podem abrir ou fechar janelas de oportunidades para a indústria e o país.
A quarta revolução industrial, conhecida como indústria 4.0, é uma dessas janelas, uma vez que a adoção de tecnologias digitais gera múltiplos reflexos, tais como: aumento da eficiência operacional, redução de custos, flexibilização das linhas de produção, customização em larga escala e criação de novos modelos de negócio.
Nos países desenvolvidos, o investimento empresarial em ativos intangíveis, como softwares e treinamento, já supera os recursos destinados a instalações e equipamentos. Mesmo no pós-crise, as aplicações em pesquisa e desenvolvimento se mostraram mais resilientes do que as feitas em capital físico.
Uma boa transição para as novas formas de produção, em que imperam o conhecimento e a inovação, é imprescindível para gerar valor e aumentar a produtividade e a competitividade do Brasil.
Avanços na agenda ambiental e mudanças nos hábitos das pessoas —consumidores mais preocupados com os impactos de produtos e processos produtivos no meio ambiente— são fatores que também determinarão o futuro das empresas.
Aindanoplanointernacional,outra tendência está ligada à crescente participação de países como China, Índia e Indonésia nos fluxos de produção, investimento e comércio, além da maior importância da região do Pacífico e das nações emergentes na economia mundial.
É imperativo investir na compreensão desse novo polo econômico e político que se descortina.
A capacidade de o Brasil aproveitar os caminhos criados pelas transformações internacionais depende, em grande medida, do que for feito na arena doméstica, que também passa por mudanças.
O país ainda sente os efeitos da grave crise política e econômica enfrentada nos últimos quatro anos. Com a menor capacidade financeira por parte do Estado, políticas públicas tendem a ser mais concentradas, e subsídios, mais raros.
Odesafiosetornaaindamaiorcom aprojeçãodealtanosgastoscomPrevidência e saúde, além da crescente exigência da população por serviços públicos de maior qualidade.
Aproveitar as oportunidades que se apresentam depende da ação das empresas e das políticas de governo. Primeiramente, é importante ter claro que diversos desafios não são novos. As empresas precisam, por exemplo, elevar os investimentos em capital humano e em pesquisa e desenvolvimento.
Fundamental, também, que os marcos regulatórios sejam indutores da inovação. As políticas industriais e de comércio exterior precisam estar alinhadas, para reduzir o viés antiexportação e intensificar acordos comerciais. É imperativo melhorar o ambiente de negócios, reformar o sistema tributário, reduzir o custo de capital e modernizar as relações de trabalho, bem como diminuir o tamanho do Estado.
Ficar parado, nesse cenário de grandes transformações, significa ampliar ainda mais a distância em relação a competidores.
Significa, ainda, crescer economicamente menos do que seria necessário para que a indústria e o Brasil se posicionem de maneira diferenciada no século 21 e no cenário global. ROBSON BRAGA DE ANDRADE
ABÍLIO SABINO DA SILVA
Lula Luiz Inácio Lula da Silva ainda acredita que o PT está por cima e quer comandar as eleições de 2018. O ex-presidente não percebeu que ele é uma carta fora do baralho e que o seu partido perdeu força. Há outros candidatos que estão fortes para disputar o pleito. Ele também precisa saber que pode se defender e fazer acusações se quiser passar por inocente, mas acabará preso (“Não vou me matar nem fugir do Brasil. Eu vou brigar até o fim”, Poder, 1°/3).
GABRIEL BERTATO
Parabéns à jornalista Mônica Bergamo pela entrevista realizada com o ex-presidente Lula. Muito rica em detalhes, só fortalece meu sentimento de que Lula será o presidente do Brasil.
RENATO SILVA
Polícia Federal Desejo boa sorte ao novo diretor da Polícia Federal, Rogério Galloro. Espero que ele não se deixe influenciar por políticos ou partidos e que a PF continue a investigar, doa a quem doer (“Novo diretor da PF monta time ligado à gestão Daiello”, Poder, 2/3).
EDELSON BESERRA RESENDE
Registro civil
Demétrio Magnoli acha que insultar acadêmicos irá reescrever a história. Para saber que o golpe foi golpe basta notar que hoje o Brasil tem um presidente denunciado criminalmente e que também “pedala”, como Dilma, Lula ou FHC —e ninguém fala em impeachment. O STF também coonestou o golpe de 1964. Censura ou deboche não lograrão esconder a verdade das gerações futuras (“Marketing acadêmico”, Poder, 3/3).
TANIA C. DE MAURO CUNHA
Nenhuma crítica à disciplina tresloucada abordou o seu programa. Eu o li. Mistura grandes nomes da ciência política com textões de Facebook escritos no calor do “golpitman” por intelectuais perdidos. Mais interessante é a não existência de contraditório em relação às teses. A disciplina é tão disciplinada que só abordou a versão dos companheiros.
CAIO CARVALHO BARROS
Respondendo a Hélio Schwartsman (“Por que Maduro ainda não caiu?”, Opinião, 3/3): não caiu porque, para o ditador, não há outro mundo a se apresentar no futuro. É o seu próprio mundo que se avulta como o único possível. Perdê-lo seria destruir a si próprio, esfarelando todas as suas pretensões e convicções. Afinal, nada que não se espere de um ditador.
GESNER BATISTA