Trump faz siderúrgicas perderem R$ 2 bi
Desde anúncio de sobretaxa ao aço e ao alumínio, na quinta, companhias brasileiras encolhem na Bolsa de Valores
Valor de mercado da CSN recua R$ 1,3 bi e Usiminas, R$ 946 mi; presidente americano volta a ameaçar UE
As principais siderúrgicas brasileiras perderam juntas R$ 1,97 bilhão em valor de mercado desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, na quinta-feira (1º), o plano de impor tarifas ao aço e ao alumínio importados pelo país.
Trump fez a declaração por volta das 14 horas (horário de Brasília) e propôs uma sobretaxa de 25% e 10% às importações de aço e alumínio, respectivamente.
O Brasil está entre os países que mais podem ser afetados porque é o segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos, atrás do Canadá.
No ano passado, a receita gerada com as vendas para os americanos somou US$ 2,63 bilhões (cerca de R$ 8,5 bilhões).
Na Bolsa de São Paulo, a empresa mais afetada pelas declarações de Trump foi a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), cuja perda de valor de mercado desde quinta soma R$ 1,3 bilhão. Somente na sexta-feira (2), suas ações recuaram 5%.
A segunda maior perda de valor, de R$ 946 milhões, foi a da Usiminas, que viu as ações caírem 3,9% no pregão de sexta.
A Gerdau, que tem operações nos EUA, foi menos impactada. Embora suas ações tenham caído 1,46% na sexta, a empresa teve, na verdade, ganho de valor de mercado de R$ 406 milhões desde quinta-feira.
A Metalúrgica Gerdau, holding controladora da Gerdau, perdeu R$ 132 milhões desde o anúncio, e as ações recuaram 2,38% na sexta.
Na sexta, em sua conta no Twitter, Trump disse que guerras comerciais são boas e fáceis de ganhar. As declarações do presidente americano deflagraram uma onda de descontentamento de países e entidades pelo mundo, com chance de se tornar uma guerra comercial global.
O governo brasileiro já recorreu ao Departamento de Comércio dos EUA na tentativa de evitar que o aço e o alumínio exportados para lá sejam sobretaxados. O Brasil já estuda ir à Organização Mundial do Comércio (OMC). AMEAÇA No sábado (3), Trump voltou a se manifestar na rede social.
Ele ameaçou montadoras europeias com uma tarifa sobre importações se a União Europeia retaliar seu plano de adotar tarifas sobre o alumínio e o aço.
“Se a UE quiser aumentar mais suas já fortes tarifas e barreiras às empresas dos EUA que fazem negócios lá, vamos simplesmente aplicar um imposto sobre seus carros que entram livremente nos EUA”, escreveu Trump.
“Eles impossibilitam que nossos carros sejam vendidos lá. Grande desequilíbrio comercial!”