Sem medalhões, São Paulo joga contra o Linense
O Santos volta ao Pacaembu neste domingo (4), às 17h, diante do Corinthians, pela 10ª rodada do Campeonato Paulista cercado pela polêmica. A atípica escolha santista de mandar o clássico na capital acendeu nos bastidores uma antiga briga de opiniões entre alas políticas e números pouco animadores.
A opção da diretoria põe em prática uma das principais promessas de campanha do presidente José Carlos Peres: igualar o número de jogos entre São Paulo e Santos.
Politicamente, o Santos trava há anos uma queda de braço de defensores de que o clube tem mais vantagens jogando na Vila Belmiro, principalmente em clássicos, contra os que pedem por um time menos enraizado no litoral, para ter melhores rendas.
Diante do rival, este será o 4º jogo como mandante em São Paulo no século. O último foi empate por 0 a 0 em 3 de março de 2013, no Morumbi. Mas não foi uma escolha do clube, como ocorre agora.
Na ocasião, o Santos optou pelo estádio devido a suspensão da Vila Belmiro após moedas serem atiradas no então meia do São Paulo Paulo Henrique Ganso, que havia deixado o clube em 2012.
Fora isso, o time jogou outras duas vezes como mandante contra o rival na capital. Na 1ª final do Brasileiro de 2002, vitória por 2 a 0, e na semifinal do Paulista, no ano anterior. Ambos no estádio do São Paulo.
A polêmica decisão de jogar um clássico com o rival fora da Vila também é acompanhada do retrospecto ruim. Segundo dados históricos do “Almanaque do Timão”, desde o fim da era Pelé, em 1974, o Santos mandou 31 jogos na capital e só venceu três vezes o Corinthians. Foram 11 derrotas e 17 empates, apenas 21,5% de aproveitamento dos pontos disputados.
“Essa escolha beneficia o Corinthians. Fica um campo neutro. Na Vila o Santos sempre foi mais forte, exerce mais pressão”, disse à Folha o exatacante Tupãzinho.
Foi ele o autor de um dos gols do último encontro com o Santos como mandante no Pacaembu, vencido por 2 a 1 pelo Corinthians, em 1994.
A era Pelé, de 1956 a 1974, é o contraste. Mesmo longe da Vila, foram dez vitórias em 20 jogos, sete empates e três derrotas. Os jogos foram no Morumbi e no Pacaembu.
“Éramos um time acostumado a jogar em diversos estádios pelo mundo. Eles sempre entravam preocupados com o tabu [o Corinthians ficou 11 anos sem ganhar do Santos pelo Paulista], isso atrapalhava. E o Pelé parecia que jogava mais”, diz o exatacante santista Pepe. RENDA Em relação à Vila, o Santos vai ganhar na renda. Segundo a parcial divulgada pelo clube, 34 mil dos 39 mil ingressos foram vendidos. A capacidade atual do estádio na Baixada é de 16 mil pagantes.
O número já ultrapassa a soma dos públicos nos três jogos até agora na Vila, que totalizam 18.360. O Santos enfrentou Bragantino, São Caetano e Santo André no local.
As arrecadações também não agradaram. A melhor, contra o Bragantino, rendeu R$ 113.615,74, enquanto a pior, diante do São Caetano, modestos R$ 5.673,84.
No Pacaembu, o Santos levou 13.609 de público para o empate por 1 a 1 contra o Ituano, pela 4ª rodada. A renda líquida foi de R$ 62.156,85.
A expectativa da atual diretoria é impulsionar a bilheteria. O clássico foi somente a primeira medida. Os jogos da fase de grupos da Libertadores, competição com principal potencial de público, acontecerão em São Paulo.
Em campo neste domingo, Santos e Corinthians terão em comum o cansaço por longas viagens nas estreias pela Libertadores como problema a ser superado no clássico.
A equipe do técnico Jair Ventura, que perdeu por 2 a 0 para o Real Garcilaso (PER), tem um dia de desvantagem. Os santistas retornaram na noite de sexta-feira (2). O desfalque será o atacante Gabriel, suspenso pelo 3º amarelo.
O Corinthians voltou da Colômbia, onde empatou em 0 a 0 com o Millonarios. A equipe do técnico Fabio Carille terá poucas alterações. A principal será a volta do meia Rodriguinho, que estava suspenso na Libertadores. NA TV Santos x Corinthians Globo
DE SÃO PAULO
Um São Paulo com mais velocidade, pelo menos no papel, será novamenteescaladoporDorival Júnior neste domingo (4), contra o Linense, em Lins (a 380 km da capital), às 19h30 pelo Campeonato Paulista.
Assim como na vitória por 2 a 0 sobre o CRB, no Morumbi, pela Copa do Brasil, as grandes apostas da temporada, casos de Diego Souza e Nenê, não devem estar entre os titulares da equipe.
Precisando da vitória para não correr o risco de voltar a ser pressionado, Dorival vai repetir o sistema 4-2-3-1.
À frente dos zagueiros, Petros e Hudson. No ataque, pelos lados do campo, Marcos Guilherme, à direita, e Valdívia, à esquerda. Com liberdade para trocarem de lado.
O peruano Cueva é o principal homem de criação do time. A referência perto da área adversária será outra vez o jovem Brenner, de 18 anos.
Revelado no próprio São Paulo, ele foi um dos destaques do Mundial Sub-17, no ano passado, na Índia. O Brasil ficou em terceiro lugar, e o atacante marcou três vezes.
Uma das dúvidas é o zagueiro Rodrigo Caio, machucado. No gol, Jean permanece, após contusão de Sidão.
Após a partida em Lins, o São Paulo terá o clássico contra o Palmeiras na quinta (8) no Allianz Parque, estádio onde tem um retrospecto ruim, e o Red Bull, em casa, na última rodada da fase de classificação, no domingo (11). NA TV Linense x São Paulo Pay-per-view