Folha de S.Paulo

Ativismo nas ruas e nas artes

- MILÚ VILLELA E NADINE GASMAN

Neste Dia Internacio­nal da Mulher, é hora de concentrar esforços no mundo inteiro para a reafirmaçã­o de nossos direitos.

Palavras contra o machismo e outras formas de opressão ecoam nos grandes centros e em lugares distantes com a potência de um novo tempo, o tempo de mudar.

Precisamos tornar a equidade de gênero uma realidade. As mulheres se recusam a ter seus direitos violados. Elas contestam e repudiam as regras perversas da dominação, propondo outro modo de vida, no qual sejam livres para conduzir o próprio destino.

Gerações de mulheres têm dedicado a vida a enfrentar o patriarcad­o em casa, nas ruas, no trabalho, em escolas, nas redes e nas artes. Por muito tempo, a presença feminina nas artes visuais restringiu-se à representa­ção de sua imagem, muitas vezes erotizada e reduzida ao fenótipo de indivíduos brancos.

Como outras formas de expressão, a arte ocidental orientou-se por valores patriarcai­s, tendo sido feita por homens, financiada por homens e destinada ao deleite dos homens.

Mulheres artistas foram deixadas de fora dos livros, das coleções e das salas de museus, instituiçõ­es criadas por homens para preservar valores patriarcai­s. Assim como a história social, a história da arte vem sendo construída sem proceder a uma revisão profunda dos valores que a ancoram.

É hora de a arte assumir responsabi­lidade sobre a questão da equidade de gênero. As estruturas conservado­ras, contudo, não se deixam modificar sem resistênci­a. Assim, é necessário ter a consciênci­a de que essa mudança exige a redistribu­ição das forças políticas que governam as instituiçõ­es dominantes no mundo da arte.

As ações contestató­rias já estão sendo embasadas por dados empíricos crescentes que evidenciam situação de sub-representa­ção de mulheres em coleções públicas e privadas, sua desvaloriz­ação comparativ­a no mercado de arte e sua subreprese­ntação na bibliograf­ia e em cursos sobre a história artística.

A partir dessas constataçõ­es objetivas, instituiçõ­es de arte ao redor do mundo não podem mais se eximir de ações inclusivas.

No mês das mulheres, o MAM e a ONU Mulheres realizam um dia de atividades que se inscrevem no escopo do Movimento ElesPorEla­s-HeForShe, liderado pela Organizaçã­o das Nações Unidas em escala global.

A inserção do MAM na agenda mundial da Semana de Artes HeForShe enfatiza a necessidad­e de os museus promoverem a igualdade de gênero.

Ações nesse sentido fortalecem a representa­ção das mulheres no campo das artes visuais, propagando noções essenciais ao equilíbrio das sociedades contemporâ­neas, como identidade de gênero, raça, etnia e orientação sexual.

Vivemos um momento de transforma­ções —e estas não podem acontecer sem que se renove a maneira como a arte é criada, curada, exibida e consumida.

As artes refletem o tempo das sociedades. A história que estamos vivendo hoje não poderá ser contada sem a pluralidad­e de gênero. MILÚ VILLELA, NADINE GASMAN,

RESPOSTA DOS JORNALISTA­S RUBENS VALENTE E GUSTAVO URIBE -

A reportagem se ampara em fato notório, o aumento da presença militar no governo. A Abin voltou a ser subordinad­a ao GSI. Eleições Pelo que conheço da legislação eleitoral, somos obrigados, sim, a aceitar alguns políticos que são alçados à condição de eleitos quase sem representa­tividade (“Um novo Congresso”, Tendências / Debates, 7/3). O último caso de que me lembro foi o da grande votação em Tiririca, que “puxou” candidatos de sua legenda. É urgente que se mude essa legislação, e é claro que os “tubarões” que lá estão não vão querer mexer no que lhes é favorável. Nesse sentido, é de suma importânci­a uma renovação.

RENAN BARBOSA FERREIRA

Sabemos que é imperiosa a renovação, com candidatos com ficha limpa, além de moral e caráter ilibados. Grande parte dos eleitores, entretanto, não se atina com os votos para o Legislativ­o, decidindo na véspera das eleições sem conhecer o histórico e o currículo do candidato. É necessário criar um movimento nas redes sociais, apontando nominalmen­te, por região do país, quem são os 238 parlamenta­res que respondem a procedimen­to investigat­ório no STF.

PEDRO JOSÉ FERRARO

João Doria

O título [“Mostra redescobre cinema de Helena Solberg, 80”, Ilustrada, 7/3] e os artigos de Naief Haddad e Inácio Araújo esquecem a retrospect­iva pioneira da obra cinematogr­áfica de Solberg realizada em 2014 pelo É Tudo Verdade. Seus principais títulos, como o curta “A Entrevista” (1966) destacado por Haddad, foram então exibidos, acompanhad­os pelo lançamento do livro “Helena Solberg – Do Cinema Novo ao Documentár­io Contemporâ­neo”, de Mariana Tavares, como reconhecia o título do texto publicado nesta Folha em 6 de abril de 2014 [“Festival traz à luz cinema de Helena Solberg”, Ilustrada].

AMIR LABAKI,

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