Parlamento terá dois ítalobrasileiros
DE MADRI
Os resultados preliminares das eleições de domingo (4) indicam que dois italianos nascidos no Brasil foram eleitos para a Câmara dos Deputados da Itália: Fausto Longo (Partido Democrático) e Luis Roberto Lorenzato (Liga).
Os nomes, no entanto, ainda não foram confirmados —o anúncio oficial pode demorar dias.
O Parlamento italiano reserva quatro cadeiras da Câmara e duas do Senado à circunscrição da América do Sul. São legisladores eleitos pelos italianos residentes nessa região, dos quais 400 mil vivem no Brasil. Eles têm os mesmos poderes que os eleitos dentro da Itália.
Havia uma ítalo-brasileira na legislatura anterior, Renata Bueno.
Resultados preliminares sugerem que os quatro assentos da Câmara destinados ao subcontinente foram ocupados por quatro siglas distintas: Maie (27,7%), Usei (18,7%), Partido Democrático (16,2%) e Liga (11,7%).
Arquiteto, Longo já foi senador na Itália. Já Lorenzato é advogado e proprietário de vinícola.
Segundo os números provisórios, nenhum italiano nascido no Brasil foi eleito para o Senado.
A Câmara italiana é formada por 630 deputados. Já o Senado reúne 315 legisladores eleitos e cinco vitalícios. O voto é facultativo.
Apesar de os eleitos na América do Sul representarem a Itália, não só suas circunscrições, houve nas campanhas vários acenos aos expatriados.
Uma das plataformas clássicas é prometer agilizar o reconhecimento da cidadania, que leva anos. Bueno, por exemplo, aprovou em seu mandato um incremento de verbas para os consulados.
Outro interesse desses legisladores é o de reforçar o fluxo comercial entre Brasil e Itália, que caiu 30% desde 2013, data da última eleição italiana (US$ 7,5 bilhões em 2017).
“A eleição é uma oportunidade de melhorar as relações da Itália com o Brasil e com seus cidadãos de dupla cidadania”, diz Lorenzato. “Apresentamos aos cidadãos seus direitos.”
A reportagem também procurou Fausto, que preferiu não falar até que sua eleição seja oficializada.