Folha de S.Paulo

EUA admitem excluir Canadá e México de tarifa do aço

- ESTELITA HASS CARAZZAI

O governo dos EUA admitiu, nesta quarta-feira (7), que alguns países, como Canadá e México, podem ser excluídos das tarifas de importação sobre aço e alumínio, anunciadas na semana passada pelo presidente Donald Trump.

“Há potenciais exclusões para o México e o Canadá e possivelme­nte outros países também, com base na segurança nacional”, afirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, durante entrevista.

O Brasil, segundo maior exportador de aço para os EUA, seria um dos principais prejudicad­os com a alíquota de 25% sobre o aço importado, anunciada de surpresa por Trump no dia 1º. No caso do alumínio, a alíquota é de 10%.

A secretária, porém, não mencionou se o Brasil estaria entre as exceções.

A expectativ­a é que a assinatura da medida, com o detalhamen­to das tarifas, seja feita até o fim desta semana.

“Será feita [uma análise] caso a caso, país por país”, disse Sanders.

O Brasil, assim como outros países, trabalha nos bastidores para tentar convencer os EUA a estabelece­r exceções para determinad­os produtos. A alíquota, na prática, inviabiliz­aria a exportação de aço brasileiro ao país americano a preços competitiv­os.

Em Nova York, nesta quarta, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o protecioni­smo é negativo e prejudica também a indústria americana. “É negativo para todos os envolvidos, e nós somos contra isso.”

Outros países respondera­m mais agressivam­ente e ameaçaram retaliar produtos americanos caso as tarifas sejam confirmada­s —União Europeia, Canadá e México, alguns dos maiores parceiros comerciais dos EUA. OPOSIÇÃO DA INDÚSTRIA A medida de Trump também não foi bem recebida por parte da própria indústria dos EUA, que depende do material importado para produzir. Apesar da reação negativa, Trump já afirmou que não vai voltar atrás. O argumento do republican­o, que quer reduzir os déficits comerciais dos EUA, é que a medida está relacionad­a à segurança nacional —já que a produção de aço e alumínio seria essencial à indústria de defesa.

O anúncio das tarifas enfrentou oposição na Casa Branca e no próprio Partido Republican­o. Nesta semana, o governo perdeu seu principal assessor econômico, o expresiden­te do banco Goldman Sachs Gary Cohn, que discordava das tarifas. SILAS MARTÍ,

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