Doria recua e muda decreto que o beneficiaria
Após ações judiciais, atrito com PM e pressão de vereadores, tucano fixa segurança de ex-prefeitos só para próximo eleito
Prefeito havia ignorado orientação do comando da PM; ele deve sair do cargo em abril para concorrer ao governo
Desde a publicação do decreto, duas ações foram protocoladas na Justiça contra a medida. Já na Câmara Municipal, 21 vereadores assinaram proposta de decreto legislativo, de autoria do vereador Gilberto Natalini (PV), com o objetivo de anular a medida.
Ao longo de seu mandato, Doria tem convivido com polêmicas em torno de supostos benefícios pessoais auferidos de decisões políticas.
Diferentemente do que acontecia com seus antecessores, um carro e uma base comunitária da GCM (Guarda Civil Metropolitana) passaram a fazer a vigilância de sua casa 24 horas por dia desde o início da gestão. Questionado, Doria defendeu-se ao dizer que mora em “casa lindeira a uma calçada” que vinha sendo alvo de manifestações.
No mesmo mês, determinou que o viaduto da avenida Nove de Julho fosse reaberto para carros —anteriormente, era restrito a ônibus.
O prefeito passa pela via no trajeto da casa à prefeitura, e a medida fez com que encurtasse o tempo do percurso. À época, o secretário dos Transportes, Sérgio Avelleda, disse que havia ociosidade no local.
Por fim, em fevereiro de 2018, a Justiça proibiu que sua gestão utilizasse a marca e o slogan Cidade Linda, depois de ação movida pelo Ministério Público Estadual.
A Promotoria acusa Doria de fazer uso da marca do programa de zeladoria para divulgação pessoal. A prefeitura diz que as campanhas “jamais veicularam o nome do prefeito, símbolo ou imagem que guardem relação direta ou promovam a sua figura”. ARTUR RODRIGUES