Folha de S.Paulo

Doria recua e muda decreto que o beneficiar­ia

Após ações judiciais, atrito com PM e pressão de vereadores, tucano fixa segurança de ex-prefeitos só para próximo eleito

- GUILHERME SETO ROGÉRIO PAGNAN

Prefeito havia ignorado orientação do comando da PM; ele deve sair do cargo em abril para concorrer ao governo

Desde a publicação do decreto, duas ações foram protocolad­as na Justiça contra a medida. Já na Câmara Municipal, 21 vereadores assinaram proposta de decreto legislativ­o, de autoria do vereador Gilberto Natalini (PV), com o objetivo de anular a medida.

Ao longo de seu mandato, Doria tem convivido com polêmicas em torno de supostos benefícios pessoais auferidos de decisões políticas.

Diferentem­ente do que acontecia com seus antecessor­es, um carro e uma base comunitári­a da GCM (Guarda Civil Metropolit­ana) passaram a fazer a vigilância de sua casa 24 horas por dia desde o início da gestão. Questionad­o, Doria defendeu-se ao dizer que mora em “casa lindeira a uma calçada” que vinha sendo alvo de manifestaç­ões.

No mesmo mês, determinou que o viaduto da avenida Nove de Julho fosse reaberto para carros —anteriorme­nte, era restrito a ônibus.

O prefeito passa pela via no trajeto da casa à prefeitura, e a medida fez com que encurtasse o tempo do percurso. À época, o secretário dos Transporte­s, Sérgio Avelleda, disse que havia ociosidade no local.

Por fim, em fevereiro de 2018, a Justiça proibiu que sua gestão utilizasse a marca e o slogan Cidade Linda, depois de ação movida pelo Ministério Público Estadual.

A Promotoria acusa Doria de fazer uso da marca do programa de zeladoria para divulgação pessoal. A prefeitura diz que as campanhas “jamais veicularam o nome do prefeito, símbolo ou imagem que guardem relação direta ou promovam a sua figura”. ARTUR RODRIGUES

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil