ACERTO DE CONTAS
O caso emblemático de uma vítima de atentados guerrilheiros na época da ditadura militar pode ter uma reviravolta na Justiça. Orlando Lovecchio Filho, 72, pede uma indenização equivalente às que foram pagas a militantes das organizações armadas que foram anistiados. Mas só acumulava derrotas até agora.
O caso está sendo reapreciado pelo TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), que já tinha negado o pleito mas hoje analisa embargos apresentados por Lovecchio. Um dos juízes votou contra ele. O desembargador Fábio Prieto pediu vista. E pode mudar o entendimento.
Lovecchio era um cidadão “apolítico, que curtia iê-iê-iê, carros e aviões”, como se definiu numa entrevista à Folha. Em março de 1968, estacionava seu carro no Conjunto Nacional, na av. Paulista, em SP, quando uma bomba colocada no local pela ALN (Aliança Libertadora Nacional) explodiu. Ele teve a perna amputada, interrompendo o sonho de ser piloto.
Lovecchio recebe hoje pensão vitalícia de R$ 571 e não conseguiu indenização na Comissão de Anistia. Há casos de ex-militantes de organizações armadas que receberam indenizações de R$ 400 mil e pensão vitalícia mais alta que a dele.
O prefeito João Doria assina hoje o contrato de R$ 7 bilhões com o grupo que venceu a licitação para a PPP (Parceria Público-Privada) da iluminação pública em SP. As primeiras vias que terão as atuais lâmpadas trocadas para outras de Led são a av. Teotônio Vilela, av. Morumbi, av. Braz Leme, av. Ipiranga e av. Valdemar Tietz.
O consórcio Walks participou da disputa e ficou fora porque uma das empresas do grupo foi declarada inidônea. E agora questiona o resultado na Justiça.