Folha de S.Paulo

Especialis­tas em vinho e novatos encontram diversão nas fazendas

Turistas falam com enólogos e participam de colheita no Alentejo

- GIULIANA MIRANDA

FOLHA,

O Alentejo, juntamente com a região do Douro, é a casa do enoturismo em Portugal. A pouco mais de uma hora de Lisboa, o lugar tem atividades o ano todo e cada vez mais opções de passeio.

A Herdade do Esporão, uma das maiores propriedad­es, oferece pacotes, a partir de € 15 (R$ 60), com diferentes graus de aprofundam­ento no mundo dos vinhos.

Os entusiasta­s podem conhecer plantações e participar da colheita. Quem quiser um contato mais discreto, pode fazer um tour de van passando pelas vinhas. Para os mais dispostos, há a opção de fazer o roteiro de bicicleta.

A gastronomi­a local vem em porções fartas, que caem bem com vinhos das uvas aragonês ou touriga nacional, duas das variedades do lugar.

Quem não quiser se deslocar para o Alentejo pode visitar vinícolas sem sair da região de Lisboa. Nos últimos anos, a qualidade da produção nos arredores da capital cresceu e apareceu.

As opções de enoturismo também tiveram um salto, com novas e velhas empresas oferecendo passeios de dia inteiro que incluem desde caminhadas pelas plantações de uvas até jantares com degustação harmonizad­a.

A produção das sub-regiões de Bucelas, Carcavelos e Colares, mais perto de Lisboa, é essencialm­ente menor. Os destaques locais ficam com Óbidos, Arruda, Torres Vedras e Alenquer.

Além de uvas nobres portuguesa­s, como as castas touriga nacional, castelão e aragonês, essa área é famosa por ter uma boa penetração de uvas estrangeir­as, entre elas cabernet sauvignon, syrah e alicante bouchet. PRODUTORES Fundada em 1723, a Quinta da Alorna, perto de Santarém, já foi casa de nobres portuguese­s. Hoje, dá vida a uma seleção de vinhos que já rendeu prêmios no exterior.

A propriedad­e fica às margens do Tejo e tem 2.800 hectares. Além de poder passear pelas vinhas e conhecer a produção de variedades típicas de Portugal, quem visita o espaço pode fazer degustaçõe­s comentadas com enólogos da casa e aprender um pouco sobre as particular­idades dos vinhos de Lisboa.

No extremo oposto, em Cheleiros, perto de Mafra, está a Manzwine, curiosa aposta de um brasileiro no universo dos vinhos portuguese­s.

O educador físico André Manz, nome conhecido da indústria fitness de Portugal, comprou uma propriedad­e para morar e ter uma pequena produção de vinhos. Ao explorar o terreno, acabou descobrind­o uma plantação da uva jampal, que era considerad­a extinta no país.

O vinho feito com a variedade, batizado de Dona Fátima em homenagem à sogra do empresário, é reconhecid­o como o único feito somente com uva jampal no país.

Depois da visita às vinhas e ao espaço de produção, a Manzwine oferece ainda uma prova da bebida. FORA DAS FAZENDAS Além de ter fazendas produtoras de vinhos, a vila medieval de Óbidos (84 quilômetro­s de Lisboa) virou um destino literário. Vários espaços, como uma igreja e um mercado de orgânicos, transforma­ram-se em livrarias.

Entre um passeio e outro (ou um livro e outro), dá para descansar bebendo vinho —ou ginginha, licor típico.

Ao sul, em Santarém, vale explorar com calma a gastronomi­a da cidade e depois dar um passeio no Mercado Municipal, onde a maior atração é o peixe recém-pescado.

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Parreiras na Herdade do Esporão, fazenda que produz vinho e azeite, na região do Alentejo

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