Um seja igual a dois.”
Depois da preocupação com o DEM, que lançou Rodrigo Maia à Presidência, e o PSB, que sinalizou que não apoiará Geraldo Alckmin (PSDB) na eleição nacional, tucanos paulistas voltaram-se à tensão do duplo palanque do governador em São Paulo.
Nesta semana, o PSB aprovou resolução que impede a aliança com candidatos fora do “campo progressista” e que apoiem medidas como a reforma da Previdência ou a privatização da Petrobras, o que foi interpretado como obstáculo ao tucano.
O sinal de alerta no PSDB de São Paulo foi ligado diante da necessidade de manter a boa vontade do vice-governador Márcio França em apoiar Alckmin, considerada a possível pressão do partido por outros nomes.
Aliados do governador reconhecem que ter um único palanque em São Paulo teria facilitado não apenas a composição de alianças como tenderia a aumentar o total de votos do tucano no Estado.
Como nem vice nem PSDB abriram mão, a tensão entre os dois polos já respinga na composição de Alckmin.
O PSB de São Paulo, que França preside, aliou-se ao PSC, PR, Solidariedade e Pros sem estender o compromisso à eleição nacional.
O prefeito paulistano, João Doria (PSDB), que agora trabalha para se lançar ao governo paulista, por sua vez, acertou a vaga de vice em sua eventual chapa com o PSD de Gilberto Kassab, que declarou apoio nacionalmente a Alckmin subentendida a composição em São Paulo.
França reconheceu que a tensão acirrará ânimos na eleição, mas reiterou a disposição em apoiar Alckmin.
“É claro que não é bom, bom é unidade, mas, do meu ponto de vista, as pessoas que são mais próximas ao Alckmin me apoiam. As que nunca quiseram Alckmin candidato a presidente, essas eu percebo que preferem disputar SP a disputar o Brasil”, cutucou o vice-governador.
Aliado de Alckmin, o deputado federal Silvio Torres (PSDB-SP) reconheceu que a tensão existe. “Dentro do próprio partido, parte é contra a saída de Doria”, disse. “Mas se os dois [Doria e França] falam que apoiarão Alckmin, que o consideram o seu candidato, espero que um mais DUPLO COMANDO Na Assembleia, o que foi apelidado como “duplo comando” explicita o racha na base do governador.
Tucanos reclamam do que consideram ser obstrução da pauta de interesse de Alckmin pelo bloco aliado a França, composto por cerca de 30 deputados estaduais.
Segundo deputados do PSDB, projetos como o reajuste do funcionalismo acima da inflação ficam sem quórum e acabarão não votados antes da desincompatibilização de Alckmin, em 7 de abril.
França pediu que a votação ocorra ainda na próxima semana.
Um exemplo simboliza a divisão. O projeto que tornará mais de 40 municípios paulistas de interesse turístico e receberão, por isso, R$ 500 mil cada, seria sancionado em 20 de março, de acordo com a proposta do PSDB.
Venceu a data desejada pelo bloco do PSB, 10 de abril, quando França será o governador