DIVERSÃO INOVADORA
O livro “O Poder Inovador da Diversão” tem uma tese sedutora. Segundo seu autor, Steven Johnson, a evolução da sociedade deve muito mais aos nossos passatempos e caprichos do que nos contam os livros de história.
A partir de uma pesquisa que passa por temas e épocas variadas, o autor busca conectar criações de áreas como moda, música, gastronomia, cinema e urbanismo com grandes inovações que só surgiram mais tarde.
Dessa forma, consegue mostrar que muitos objetos que nos rodeiam têm parentesco com brinquedos, instrumentos musicais e jogos do passado.
O autor nos conta que, séculos antes de se falar em computadores e inteligência artificial, já se haviam construído autômatos capazes de grandes façanhas, inclusive tocar melodias pré-programadas em instrumentos.
Também mostra que o produtivo teclado do computador foi inspirado nas teclas do piano e como apostadores em busca de melhores performance ajudaram a desenvolver a probabilidade.
Tudo isso foi possível, diz Johnson, porque a brincadeira desafia as regras de como o mundo deve funcionar e cria novas convenções. VALE-TUDO Porém o autor parte de conceito amplo do que é diversão e até difícil de justificar.
O que não é uma necessidade básica humana e é feito apenas pela busca do prazer entra nesse pacote.
Cabe aí a procura por novos sabores, a criação de lojas luxuosas que incentivavam o passeio descompromissado e o desenvolvimento do cinema a partir de espetáculos de ilusionismo.
A narrativa passa por cantos remotos da terra para mostrar como o comércio de especiarias expandiu fronteiras e ajudou a configurar o mundo como o conhecemos hoje, pela história antiga do xadrez, cujas peças e regras foram mudando conforme
Veja exemplos do livro Especiarias
A busca por itens como noz-moscada, baunilha, pimenta e cravo-da-índia incentivou explorações, criou redes de comércio internacionais e permitiu o surgimento de uma indústria de alimentos que usa itens de todo o planeta
Música
A pianola, piano autônomo do século 19, imitava pianistas a partir de rolos de papel perfurado sequenciando as notas e pedais que os colocavam em ação, se tornando uma das primeiras máquinas programáveis