Afirmou, também, que está
Sebastián Piñera, 68, assume neste domingo (11), pela segunda vez, a Presidência do Chile.
Eleito com apoio tanto da extrema-direita (como o pinochetista José Antonio Kast), como de desiludidos da centro-esquerda —a aliança governista Nova Maioria se diluiu—, o principal desafio político do presidente é encontrar um caminho de centro que promova a conciliação entre ambos lados.
Até porque sua coalizão, a Chile Vamos, não terá maioria no Congresso e terá de negociar apoios que garantam a aprovação de leis.
Do ponto de vista econômico, a principal promessa de Piñera é a de retomar o crescimento médio de 5,3% obtido durante sua anterior gestão (2010-2014). Os tempos, porém, ainda eram os do “boom das commodities”.
Apesar da desaceleração mundial, e da queda das vendas do cobre, que fizeram com que o Chile crescesse um modesto 1,6% em 2017, Piñera deve ser favorecido por um novo aumento do preço internacional desse item, principal produto de exportação do país.
O presidente também acena com um pacote de ajustes, ainda não especificado. Entre suas promessas de campanha estavam mais investimentos em educação e saúde pública, mas que viriam do “corte de gastos desnecessários”.
Apesar de ser contra a legalização do aborto e a gratuidade do ensino superior gratuito, Piñera avisou que não revogará decisões já aprovadas pelo Congresso.
Durante a gestão de Michele Bachelet, embora a promessa da presidente fosse de que o ensino universitário gratuito atingisse 100% dos estudantes, conseguiu aprovar apenas que fosse oferecido aos 60% de renda mais baixa.
Quanto à Lei de Aborto, aprovado em três situações (risco de morte da mulher, estupro e inviabilidade fetal), Piñera também disse que não irá promover alterações, mas sim “melhorias”.
Diz que priorizará programas de acompanhamento da “gravidez vulnerável”, para criar alternativas ao aborto, mas que não fará nada para revogar a lei, como desejam alguns de seus apoiadores, como Kast. IMIGRAÇÃO Duas questões que ganharam importância nos últimos tempos são o aumento do intenso fluxo de imigrantes, especialmente vindos do Haiti e da Venezuela, e o acirramento dos conflitos no sul do país, com grupos de indígenas mapuche pedindo desde reconhecimento cultural a demarcação de terras e maior autonomia.
Em ambas questões, Piñera vem mostrando que aplicará uma política mais restritiva com relação à imigração e de mão dura no que diz respeito a ativistas mapuche mais agressivos —alguns grupos chegam a provocar incêndios em propriedades que se localizam em áreas por eles reivindicadas.
Piñera diz que os requisitos para aceitar os imigrantes serão mais rigorosos.
“Mas aqueles que recebermos, serão bem-vindos, somos um país de grande presença de imigrantes e seguiremos valorizando isso”, disse, em entrevista a jornalistas estrangeiros após sua eleição, em dezembro.
Já com relação aos mapuches, o presidente diz que não permitirá que a violência no sul prossiga e que voltará a fazer uso da Lei Antiterrorismo, que tinha sido posta de lado pelo governo Bachelet.
No que diz respeito ao reconhecimento cultural, porém, vem dando sinais de que haverá mais diálogo e mais tentativas de aproximação do que em seu primeiro mandato. “PLANO MARSHALL” formulando “uma espécie de Plano Marshall” para a Araucania (onde vivem os mapuches), que incluirá investimentos em infraestrutura, mas também mais presença dos Carabineros.
Na formação de seu gabinete, Piñera apostou em nomes conhecidos de seu primeiro mandato.
Entre eles, Felipe Larraín, que comandará a pasta da Economia e a quem Piñera credita os bons níveis de crescimento do PIB em seu primeiro mandato.
Como ministro do Interior, voltará ao cargo seu homem de confiança, Andrés Chadwick.