Folha de S.Paulo

Direita anti-pacto das Farc recebe mais votos na Colômbia

Uribe terá maior bancada no Senado, mas medirá forças com aliados de Santos na Câmara; presidenci­áveis ratificam candidatur­as

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Os partidos de direita contrários ao acordo de paz com as Farc (Forças Armadas Revolucion­árias da Colômbia) e de oposição ao presidente Juan Manuel Santos conquistar­am a maior votação nas eleições legislativ­as deste domingo (11) na Colômbia.

O grupo, porém, não terá a maioria nem na Câmara nem no Senado, tendo que fazer acordos com os aliados do governo. Por outro lado, a esquerda, embora minoria, teve sua melhor votação da história recente do país.

Com 98% das urnas apuradas, o Centro Democrátic­o, do ex-presidente Álvaro Uribe havia conquistad­o 19 das 102 cadeiras no Senado e 32 das 166 vagas na Câmara.

Somando-se o aliado uribista Partido Conservado­r, o grupo terá a maior bancada na Câmara alta, com 34 membros, e a segunda maior da Câmara baixa, com 53, atrás aliança formada pelo Partido Liberal, do ex-negociador­chefe do governo com a guerrilha Humberto de la Calle, e pelo Partido da Unidade Nacional, de Santos, que tem 60.

Sem ter a maioria, os dois grupos poderão ter que fazer acordos com o ex-vice-presidente Germán Vargas Lleras, populista de direita apoiado pelo Mudança Radical, sigla que conquistou 16 vagas no Senado e 30 na Câmara.

Embora dificilmen­te possa reformar a maior parte do pacto, a vitória da direita gera incerteza na implementa­ção da Justiça especial para crimes de ex-guerrilhei­ros.

A eleição também foi o termômetro para a Farc de seu baixo apoio popular. O partido da ex-guerrilha recebeu 52.243 votos para o Senado e 32.429 para a Câmara, ficando só com as vagas determinad­as pelo acordo de paz. PRIMÁRIAS No pleito também foram ratificado­s os dois candidatos mais bem colocados para a eleição presidenci­al, em 27 de maio. O senador uribista Iván Duque venceu as primárias da direita com 67% dos votos e terá como vice a segunda colocada na disputa, Marta Lucía Ramírez.

Já o ex-prefeito de Bogotá Gustavo Petro foi confirmado como candidato da esquerda com 85% dos votos. O processo foi conturbado devido à falta de cédulas de votação.

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Raúl Arboleda/AFP O ex-presidente Álvaro Uribe fala ao lado de seu presidenci­ável, Iván Duque, após votar

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