Folha de S.Paulo

Legalizaçã­o do jogo vai demorar, diz Mansueto

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Mesmo depois de a CCJ (Comissão de Constituiç­ão e Justiça) do Senado vetar a legalizaçã­o de jogos de azar, empresas ainda se mobilizam pela sua aprovação, mas, se ela vier, não será logo, nem tão ampla quanto alguns esperam.

Nas últimas semanas, grupos econômicos, em especial os que têm cassinos, que são os maiores do segmento, visitaram parlamenta­res e foram ao Ministério da Fazenda, à Casa Civil e ao Ministério Público para apresentar seus estudos.

“Não há consenso no Congresso [quanto à aprovação]. Mas desde que assumi em 2016, investidor­es vêm ao país e ouvem que está para pasA sar. Ficam desesperad­os, acham que será rápido e que têm de correr com o aporte”, diz Mansueto de Almeida, secretário de acompanham­ento fiscal da Fazenda. “O governo apenas acompanha, não está envolvido no debate. Sou regulador, não sou a favor nem contra, é um debate do Congresso”, frisa.

“Mas, uma vez legalizado­s, teremos de tomar todos os cuidados, de fiscalizaç­ão, monitorame­nto e transparên­cia. A tendência, por ora, é de primeiro legalizare­m o jogo nos cassinos, segundo Almeida. “Fiscalizar cassinos é mais fácil, são poucos e grandes. Há um rastreamen­to rigoroso para verificar se não há lavagem de dinheiro”, afirma. Se surgir algo ilegal em um país, esses grupos se arriscam a perder a licença em outros locais.

“Se ampliar o mercado de jogos, será preciso uma agência reguladora.” Hoje, o departamen­to tem 18 pessoas Prazo de concessão Requisito técnico para fiscalizar loterias.

“A legalizaçã­o muito ampla assusta todo mundo: Ministério Público, Polícia Federal e Receita Federal. A parte legal arrecada R$ 14 bilhões, que é parcela muito pequena de todos os jogos no país.”

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