Os três patetas
AS CABEÇAS mais brilhantes do país estão por trás dessa intervenção federal no Rio. Carioca: não tem por que se preocupar.
Quando governou o Rio, Moreira Franco disse que ia acabar com a violência em seis meses. A violência não acabou, mas é preciso ser justo: ele acabou com todo o resto do estado em seis meses. Moreira nunca mais ganhou uma eleição majoritária —tampouco se deixou abalar pelas derrotas. Participou, mesmo perdendo nas urnas, de todos os governos subsequentes, e nunca fez corpo mole: foi responsável direto pelo fracasso de todos eles. Exemplo de persistência, nunca deixou o fracasso subir à cabeça.
“O nome dele é Moreira”, dizia sua campanha, e até nisso mentia, já que seu nome é Wellington, e não há registro de que em algum momento da vida tenha sido Franco. Casado com a filha de Amaral Peixoto, que por sua vez era conhecido casar com Rodrigo Maia, que então se tornou o genro do genro do genro, guardião da casa dos genros — até que sua filha se case com alguém em cujas mãos cairá a identidade de genro. O Brasil, a saber, é uma genrocracia.
Você já deve ter ouvido falar em Elsinho Mouco. Não, não se trata de um primo menos famoso do Elias Maluco. Elsinho tem nome de traficante mas é o grande marqueteiro logo da gestão Temer, a enorme bola de demolição caindo sobre o país (“mas quem aprovou foi o Michelzinho”, disse, na época).
Mouco notabilizou-se por perder eleições mundo afora —tentou eleger Quércia, Maluf, Chalita, Roseana Sarney e até um general no Paraguai, todos sem sucesso. Descobriu que a única maneira de conseguir emprego seria se aliando a políticos mais impopular do planeta, que não aparece há anos em público por medo de vaia, e nem à luz do sol por medo da luz do sol mesmo, tem pensado na reeleição —a hipótese, no entanto, é improvável, porque pra isso ele precisaria já ter sido eleito anteriormente.
Ou seja, como diz o mantra da auto-ajuda: já deu certo.