‹ Promotor nega falhas e fala em processar autor
DE SÃO PAULO
Por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo, que responde pela delegada Renata Pontes e pela perita Rosangela Monteiro, informou que “o caso já foi julgado pelo Tribunal do Júri, oportunidade na qual todas as provas, alegações e versões foram apreciadas pelos jurados, não cabendo mais à polícia e à secretaria comentá-lo”.
O ex-promotor e hoje procurador Francisco Cembranelli diz que a afirmação de que houve falhas e fraudes na investigação é “leviana, criminosa e merecerá, se confirmada, as medidas judiciais criminais e indenizatórias contra o autor”.
Cembranelli diz que “as gotas de sangue encontradas no corredor do apartamento possibilitaram exame de DNA comparativo, pois foram colhidas amostras de sangue da vítima no IML”.
“Não existe divergência alguma com relação a esse ponto, nem a defesa negou que aquele sangue era mesmo da menina, até porque ela apresentava um ferimento que sangrou na testa.”
Cembranelli sustentou também que “as marcas de sangue na fralda não possibilitaram o exame de DNA, porque ela fora lavada e a quantidade era pequena demais, mas era sangue. Foi possível essa conclusão com a utilização de um reagente, o Blue Star Forensic, utilizado com sucesso por dezenas de polícias científicas do mundo todo para detectar sangue em locais de crimes”, disse. “Tem um componente, usado junto, que indica se tratar de sangue humano.”
Sobre Isabella ter sido ou não esganada, o ex-promotor diz que a menina apresentava sinais gerais e sinais específicos de asfixia mecânica que “permitiram que os três legistas que assinaram o laudo necroscópico concluíssem que a vítima sofreu uma asfixia mecânica causada por uma esganadura”.
Cembranelli disse que todos os funcionários do edifício London foram ouvidos na investigação. Segundo ele, “o laudo elaborado pelo Instituto de Criminalística [da Polícia Científica paulista] apontou presença de sangue no interior do veículo e material genético na cadeirinha existente. Não tem nada de falso no que foi alegado”.
A perita Rosangela Monteiro concedeu entrevista para o livro e falou sobre sangue no carro. “Eu não afirmei, em nenhum momento. Eu disse: provavelmente ela foi ferida no carro. Porque nós não encontramos [sinais] em mais nenhum outro lugar. Eu não falo [que é sangue]. É uma questão de dedução. Eu não afirmo. Em nenhum momento eu falei assim: é sangue da Isabella. Não.”
Já a delegada Renata Pontes não falou com o autor.