Doria diz que desgaste com renúncia pode tirar votos
Prefeito afirmou que ‘é possível’ que tenha desempenho melhor no interior
Tucano minimiza impacto de disputa com Márcio França (PSB) na provável campanha a presidente de Alckmin
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), admite a possibilidade de sofrer desgaste eleitoral na capital paulista por conta da provável renúncia depois de um ano e três meses de mandato.
À Folha, nesta terça-feira (13), um dia depois de se inscrever nas prévias do PSDB que definirão o candidato, Doria disse que “é possível” que, como consequência de sua decisão, não tenha o seu melhor desempenho eleitoral na cidade que o elegeu no primeiro turno, em 2016.
Ao ser questionado se, por conta do desgaste de sair da prefeitura antes de acabar o mandato, Doria achava que sua votação poderia ser melhor no interior, o prefeito respondeu:
“O interior tem uma tradição muito peessedebista, muito tucana historicamente. O governador Geraldo Alckmin é muito querido pelas gestões que fez. É possível que isso ocorra [ter mais votos no interior que na capital]”, afirmou.
“Mas é a soma dos valores eleitorais do interior e da Grande São Paulo, vamos dizer assim, que vai transformar a nossa em uma candidatura vencedora”, apostou.
Ele disse que não tem expectativa quanto ao seu potencial eleitoral na capital. “Vamos esperar as pesquisas. Isso ajuda também a balizar o ritmo da campanha”, disse na saída de um evento dos jornais Financial Times e Valor Econômico, em São Paulo.
As prévias do PSDB estão marcadas para o próximo domingo (18). Estão inscritos, além de Doria, o suplente de senador José Aníbal, o cientista político Luiz Felipe d’Avila, o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão, e o secretário estadual Floriano Pesaro.
Aliados de Doria afirmam reservadamente que gostariam de ver um gesto de Alckmin para desarticular a eleição interna e, com isso, evitar o embate com correligionários, em um ambiente que já está deflagrado.
“Primeiro você tem que perguntar para ele”, disse Doria sobre como Alckmin, que deverá disputar a Presidência da República, se posicionará em São Paulo.
Seu vice, Márcio França (PSB), já anunciou que tentará ficar no cargo que deverá assumir depois de o titular se desincompatibilizar.
“Tenho convicção que Geraldo Alckmin é um homem de partido. Ou seja, estará ao lado do PSDB. Não vejo problema também que ele manifeste e reconfirme o seu apoio ao Márcio França. Não vejo