Novo titular defende chefe com ardor
A súbita demissão de Rex Tillerson abre espaço para alguém que compartilha das ideias do presidente Donald Trump.
Mike Pompeo esteve entre os mais severos críticos do acordo nuclear entre as potências mundiais e o Irã em 2015. Se confirmado no posto, Pompeo assumiria o Departamento de Estado no momento em que o presidente está considerando abandonar o tratado.
A indicação também colocaria Pompeo na condução das negociações com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un.
Tillerson era visto como influência moderadora sobre Trump. Já Pompeo vem sendo um ardoroso defensor das políticas do presidente.
A mudança vai perturbar o delicado equilíbrio de poder na equipe de segurança nacional do governo. Tillerson e o secretário da Defesa, James Mattis, se revezavam para manter o presidente sob controle, e chegavam à Casa Branca com posições alinhadas sobre políticas para Oriente Médio e leste da Ásia.
A única arena em que as posições de Pompeo ainda são um mistério é a Rússia. Quando foi deputado, criticava Vladimir Putin. Como diretor da CIA, disse acreditar nas avaliações dos serviços de informações de que ele comandou o esforço russo para influenciar a eleição de 2016 — ainda que Trump as tenha descartado.
Ele também está no comando de uma campanha clandestina ativa contra a Coreia do Norte. A questão é se essa ofensiva —que inclui sabotagem da cadeia de suprimentos e ataques cibernéticos renovados contra os programas nucleares de Pyongyang— dará força suficiente a Trump para fazer as negociações andarem.