Folha de S.Paulo

Novo titular defende chefe com ardor

- DAVID E. SANGER

A súbita demissão de Rex Tillerson abre espaço para alguém que compartilh­a das ideias do presidente Donald Trump.

Mike Pompeo esteve entre os mais severos críticos do acordo nuclear entre as potências mundiais e o Irã em 2015. Se confirmado no posto, Pompeo assumiria o Departamen­to de Estado no momento em que o presidente está consideran­do abandonar o tratado.

A indicação também colocaria Pompeo na condução das negociaçõe­s com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un.

Tillerson era visto como influência moderadora sobre Trump. Já Pompeo vem sendo um ardoroso defensor das políticas do presidente.

A mudança vai perturbar o delicado equilíbrio de poder na equipe de segurança nacional do governo. Tillerson e o secretário da Defesa, James Mattis, se revezavam para manter o presidente sob controle, e chegavam à Casa Branca com posições alinhadas sobre políticas para Oriente Médio e leste da Ásia.

A única arena em que as posições de Pompeo ainda são um mistério é a Rússia. Quando foi deputado, criticava Vladimir Putin. Como diretor da CIA, disse acreditar nas avaliações dos serviços de informaçõe­s de que ele comandou o esforço russo para influencia­r a eleição de 2016 — ainda que Trump as tenha descartado.

Ele também está no comando de uma campanha clandestin­a ativa contra a Coreia do Norte. A questão é se essa ofensiva —que inclui sabotagem da cadeia de suprimento­s e ataques cibernétic­os renovados contra os programas nucleares de Pyongyang— dará força suficiente a Trump para fazer as negociaçõe­s andarem.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil