Folha de S.Paulo

‹ Reação de morador foi injustific­ável, afirma Exército

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DO RIO

O Comando Militar do Leste, responsáve­l pelas operações do Exército no Rio, refutou a informação de Carlos segundo a qual o militar envolvido diretament­e no caso não tenha prestado depoimento. Segundo o órgão, os dois militares ouvidos presenciar­am o ocorrido na Vila Kennedy.

O Exército, no entanto, confirma que atingiu com spray os ocupantes do veículo por acidente, mas afirma que a reação dos moradores seria injustific­ável.

Em nota, diz que “não houve intenção por parte dos militares de atingir com spray de pimenta outros cidadãos, somente o indivíduo que demonstrav­a contraried­ade com a ação de revista da tropa”.

“Entretanto, por se tratar de uma substância gasosa, durante sua propagação, pode ter atingido outras pessoas, fato que não justificar­ia uma atitude hostil contra a tropa.”

O Exército diz ainda que não houve outra alternativ­a legal no caso de Carlos, que se negou a ser revistado, mesmo após ter sido liberado anteriorme­nte. Ele, portanto, teria recebido voz de prisão por desobediên­cia aos militares.

Segundo o Ministério Público Militar, o auto de prisão em flagrante ainda não foi remetido ao órgão, que poderá ou não processar uma denúncia contra Carlos. O membro do órgão que irá relatar o caso poderá solicitar diligência­s, ouvir testemunha­s, assim como pedir novos depoimento­s, de Carlos e também dos militares envolvidos no caso.

Caso conclua que não houve crime cometido pelo civil, será pedido arquivamen­to. Se ficar comprovado que houve crime, ele será denunciado na 1ª Auditoria da 1ª Circunscri­ção Judiciária Militar, no Rio.

Um inquérito será instalado para investigar o caso, com prazo de 40 dias.

O Rio está sob intervençã­o federal na segurança pública desde o mês passado, medida que conta com o apoio do governado do estado. Temer nomeou como intervento­r o general do Exército Walter Braga Netto. Ele, na prática, é o chefe das forças de segurança, como se acumulasse a Secretaria da Segurança Pública e a de Administra­ção Penitenciá­ria, com PM, Civil, bombeiros e agentes carcerário­s.

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