Folha de S.Paulo

Senado aprova pena maior para feminicídi­o, e texto vai à Câmara

Pelo projeto, pena será aumentada quando crime for filmado

- TALITA FERNANDES

O plenário do Senado aprovou nesta terça (13) um projeto que eleva o tempo de pena para casos de feminicídi­o (assassinat­o de uma mulher por sua condição de gênero).

A pena será agravada nos casos em que os crimes forem cometidos com a “presença virtual” de filhos, netos, pais ou avós da vítima. Na prática, será aplicada para os criminosos que filmarem ou transmitir­em as cenas.

Pela proposta, esse agravante poderá ser um fator para aumentar de um terço até a metade da pena imposta.

Pela lei atual, a punição já era elevada para feminicídi­o cometido nos casos de a vítima estar grávida ou ser maior de 60 anos ou ainda se houver a presença física de pais, filhos ou avós da vítima.

Como sofreu uma alteração pelos senadores, o texto precisará passar por uma nova análise na Câmara.

Foi retirado do texto original um trecho que previa a elevação da pena para casos de descumprim­ento da Lei Maria da Penha. Essa alteração foi feita porque na semana passada o Congresso já havia aprovado um projeto com essa previsão.

O projeto foi votado na continuida­de de priorizaçã­o da pauta do Congresso que visa combater a violência doméstica em decorrênci­a do Dia Internacio­nal da Mulher, comemorado em 8 de março. PROJETOS Na última quarta-feira (7), a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que tipifica o crime de divulgação de cenas de estupro e aumenta a pena prevista para casos de estupro coletivo.

Pelo texto, também passa a ser crime a importunaç­ão sexual, como casos de homens que se masturbam ou ejaculam no transporte público. A proposta ainda precisará seguir agora ao Senado.

Para a relatora do projeto, a deputada Laura Carneiro (DEM-RJ), a medida poderá enquadrar todos os casos que ficam entre o que o Código Penal define como estupro e a chamada importunaç­ão ofensiva ao pudor —tipo de contravenç­ão punível com multa.

Além da Câmara, o Senado também aprovou na semana passada três propostas que incluem medidas para criminaliz­ar práticas como a divulgação de mensagens misóginas na internet, a chamada “vingança pornográfi­ca”, e descumprim­ento de medidas protetivas determinad­as pela Lei Maria da Penha. DE SÃO PAULO - O desapareci­mento de um estudante em Dublin, na Irlanda, tem motivado buscas da polícia e da comunidade brasileira local desde o dia 6. Caíque Trindade de Oliveira, 24, saiu de seu apartament­o num subúrbio da cidade por volta das 10h daquele dia e não foi mais encontrado.

Segundo sua mãe, Valclecia Trindade, o sumiço ocorreu após desentendi­mentos do rapaz com um colega com quem dividia a casa. Ela está na cidade desde quarta (7).

Valclecia acionou a polícia local e a embaixada brasileira na cidade. Depois de quatro dias sem ter sucesso nas buscas, ela relatou o desapareci­mento numa rede social.

Designer gráfico, Caíque se mudou para a Irlanda há quase um mês. O programa de intercâmbi­o prevê seis meses de trabalho e estudo de inglês, e outros dois de férias. O Itamaraty afirma que o consulado em Dublin acompanha o caso. DO RIO E DE BELO HORIZONTE - A mineradora Anglo American anunciou nesta terça (13) medidas para reparar o rompimento de um mineroduto em Santo Antônio do Grama (MG), a 230 km de Belo Horizonte.

A captação de água foi interrompi­da às 10h de segunda (12). A tubulação rompeu às 7h42, derramando 300 toneladas de polpa de minério de ferro no ribeirão Santo Antônio.

A Procurador­ia instaurou inquérito civil para investigar as causas do rompimento e os responsáve­is. O Ministério Público de MG ajuizou ação civil contra a Anglo American que pede o bloqueio de R$ 10 milhões da mineradora para reparação e indenizaçã­o.

Entre as medidas anunciadas pela mineradora estão implantaçã­o de filtros ao longo do rio, construção de uma bacia de contenção e monitorame­nto da água em 30 locais. A tubulação danificada também está sendo reparada.

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