Morre Bebeto, líder da ‘geração de prata’
Ex-jogador, técnico e dirigente sofreu uma parada cardíaca nesta terça (13), durante evento, em Belo Horizonte
Além de fazer sucesso no vôlei, botafoguense também se destacou em clubes de futebol como dirigente esportivo DE SÃO PAULO
O ex-jogador de vôlei, extécnico da seleção brasileira e dirigente esportivo Bebeto de Freitas morreu nesta terça-feira (13), aos 68 anos, em Belo Horizonte.
Ele sofreu uma parada cardíaca pouco depois de participar do evento de lançamento do time de futebol americano do Atlético-MG, no centro de treinamento da equipe. Bebeto trabalhava no clube mineiro como diretor de administração e controle.
O dirigente passou mal no restaurante do hotel da Cidade do Galo. Um helicóptero do Samu pousou no local, mas os médicos não conseguiram reanimar Bebeto, que não chegou a ser levado para um hospital.
O Atlético-MG decretou luto oficial de três dias.
“Sempre gostei de gente de bem e honesta ao meu lado. Por isso gostava de estar perto de você. Encontramos mais tarde, Bebeto”, escreveu Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético-MG.
Ex-jogador de vôlei, Bebeto de Freitas foi levantador da seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de Munique-1972 e Montréal-1976.
Após a Olimpíada de Moscou, em 1980, assumiu, aos 30 anos, a função de técnico da equipe brasileira masculina.
À frente da seleção, comandou uma revolução no vôlei brasileiro. Com ele, o país despontou no esporte e a seleção masculina passou a ser protagonista, em especial após o vice-campeonato mundial de 1982.
Dois anos depois, conseguiu feito ainda mais importante: comandou o time brasileiro na conquista da medalha de prata nos Jogos de Los Angeles-1984, numa equipe que tinha William, Montanaro, Renan e Bernard, entre outros. Ele também esteve à frente da seleção em Seul-1988.
O sucesso do time de vôlei masculino ajudou a catapultar a carreira de Carlos Arthur Nuzman, presidente da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) naquela época.
A relação entre o dirigente, que assumiria o COB (Comitê Olímpico do Brasil) em 1995, e o técnico, porém, se deteriorou, a ponto dos dois se tornarem opositores (veja mais no texto abaixo).
Bebeto teve sucesso no vôlei italiano, como técnico do Maxicono Parma, cinco vezes campeão nacional. Ele também treinou a seleção da Itália, a partir de 1997. No ano seguinte, venceu o Mundial.
Em nota, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) se solidarizou com os familiares e manifestou profundo pesar pela morte de Bebeto.
“As conquistas e o trabalho ficarão para sempre na história do esporte olímpico brasileiro”, declarou.
A CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), também em nota, diz estar estarrecida com a notícia da morte “deste que foi um ícone do vôlei e do esporte brasileiro”. FUTEBOL